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PF desarticula organização criminosa investigada por furtar cargas dos Correios no Pará

A polícia estima que os prejuízos aos cofres públicos, pagos a título de indenizações, desde 2019, superam R$ 35 milhões

O Liberal
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A Polícia Federal deflagrou a operação “VAR” na manhã desta terça-feira, (18/02), com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em furtos de cargas e encomendas. São cumpridos 42 mandados de prisão e 49 mandados de busca e apreensão nos municípios paraenses de Ananindeua, Belém, Benevides, Bragança, Capitão Poço, Castanhal, Marituba, Moju, Benevides e Igarapé-Açu; além de Maracaçumé, no Maranhão. Até as 17hrs, segundo a PF, 26 prisões foram realizadas.

Segundo a PF, os crimes eram cometidos contra a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, que apoiou a ação por meio dos Setores de Segurança e Inteligência Coorporativa no Pará e em Brasília. A polícia estima que os prejuízos aos cofres públicos, pagos a título de indenizações, desde 2019, superam R$ 35 milhões.

O delegado Ricardo Santos explicou como aconteciam os crimes, que visavam, principalmente, eletrônicos de maior valor agregado, como celulares, notebooks, tablets e TVs. “Como sempre são dois motoristas, um subia e entrava no baú enquanto o caminhão continuava em deslocamento pela rodovia, fazia a escolha dos eletrônicos, que possuem um valor agregado maior e são mais fáceis de serem inseridos no mercado. Posteriormente, essas mercadorias eram entregues em lojas da região, para serem comercializadas como se fossem mercadorias lícitas”, detalhou.

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Os mandados foram expedidos pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária do Pará, que também determinou a suspensão das atividades de lojas que receptavam as cargas furtadas e o bloqueio judicial de valores, que se encontravam em conta dos investigados, com origem nos delitos praticados. De acordo com a PF, entre os alvos de prisão, há 29 motoristas e ex-motoristas, que eram contratados por empresas terceirizadas que prestam serviços para os Correios, em Linhas de Transporte Nacional com rotas entre São Paulo e Belém, e São Paulo e Marabá, sudeste paraense.

image A imagem em destaque mostra policiais federais durante a operação "VAR", realizada no Pará e no Maranhão. (Foto: Divulgação | PF)

 

Santos conta também que as investigações do caso iniciaram depois que um motorista foi preso em flagrante em Marabá, sudeste do Pará, “que furtava as mercadorias do caminhão dos Correios”. “A partir de então, em uma colaboração com o setor de Inteligência e Segurança dos Correios, as investigações avançaram e deram conta de que o rombo à empresa pública superou R$ 35 milhões, que foram subtraídos dos produtos indenizados pela empresa brasileira de Correios e Telégrafos”, acrescentou. 

As autoridades identificaram que, com o tempo, os investigados se aperfeiçoaram em burlar os sistemas de segurança dos caminhões, como lacres e alarmes, para esconder sua participação nos crimes.

As apurações também apontaram a existência de um esquema de receptação e distribuição destes itens, razão pela qual também foram realizadas buscas e apreensões em seis lojas de aparelhos eletrônicos, além de procedida a suspensão das atividades comerciais destes estabelecimentos e efetuada a prisão preventiva de seus proprietários.

image A imagem em destaque mostra três policiais federais no cumprimento das ordens judiciais. (Foto: Divulgação | PF)

 

Um dos alvos de prisão já havia sido preso em 2021 pelo mesmo crime de receptação de cargas roubadas pelos correios e hoje teve duas de suas lojas, com suspeita de serem usadas também em receptação, fechadas pela PF. 

Ainda conforme a Polícia Federal, o nome da operação, VAR (Video Assistant Referee, o árbitro de vídeo), surgiu a partir do vocabulário usado pelos envolvidos no esquema de furto, que costumavam se referir ao crime usando termos do futebol. Até às 9h desta terça (18/2), a PF já tinha apreendido cinco veículos, sacolas com roupas importadas, 30 celulares, TVs, relógios inteligentes, um drone, além de outros eletrônicos, cerca de R$17 mil em espécie e armas. A operação também teve apoio da Polícia Militar de São Paulo, por meio da equipe do Tático Ostensivo Rodoviário (TOR) da 4ª Companhia do 3º Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv).

Posicionamento dos Correios 

Em nota, os Correios informaram que não toleram fraudes nem furtos. “A operação realizada hoje é um duro golpe contra criminosos que vinham lesando a população e manchando a reputação do serviço postal. Seguiremos firmes no combate a qualquer tipo de fraude, investindo cada vez mais em segurança e inteligência para proteger as encomendas dos brasileiros”, disse. 

Segundo os Correios, somente no Pará em 2023, cerca de 32 mil objetos foram furtados ou extraviados, resultando em R$ 7,4 milhões em indenizações. Já em 2024, foram 18 mil objetos extraviados, com R$ 4,6 milhões pagos em ressarcimentos. “Além disso, 13 mil encomendas foram roubadas, gerando mais R$ 2,3 milhões em indenizações. No total, em dois anos, mais de 63 mil encomendas foram alvo de criminosos, custando R$ 14,3 milhões e trazendo transtornos aos nossos clientes”, ressaltou.

“É por isso que estamos intensificando os investimentos em segurança. Em 2023, a previsão era de R$ 180 milhões. Para 2024, esse valor subiu para R$ 199 milhões – e é bem provável que executemos ainda mais. Estamos reforçando nossos sistemas de rastreamento de carga, ampliando o uso de equipamentos e serviços de monitoramento e atuando em parceria com as forças de segurança para coibir esses crimes. 
Os Correios vão continuar combatendo fraudes e furtos com rigor. Nosso compromisso é garantir um serviço cada vez mais seguro e confiável para todos os brasileiros”, finalizou. 
 

 

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