PC prende babá suspeita de dopar bebê de 11 meses em Belém
A investigada responde por tentativa de homicídio qualificado e foi localizada escondida na casa de um familiar, no distrito de Outeiro

A Polícia Civil prendeu nesta quinta-feira (26/6), em Outeiro, distrito de Belém, durante a operação “Eli”, Priscila Kelly Silva Azevedo, a babá suspeita de dopar um bebê de 11 meses. O caso ocorreu no dia 19 deste mês, no bairro do Marco, quando a família percebeu que o filho não conseguia ficar acordado, nem mesmo para se alimentar, e apresentava intenso cansaço, demonstrando comportamento de uma possível sedação.
Segundo as autoridades, a família verificou nas imagens de monitoramento da casa que a suspeita, que também é técnica de enfermagem, introduziu um comprimido na garganta do bebê e o fazia engolir. Na ocasião, os pais encontraram mochila de Priscila uma cartela de Quetiapina, medicamento indicado para tratamento de transtornos psiquiátricos em adultos e com efeitos colaterais graves, como sedação prolongada.
A família acredita que a babá agia para deixar o bebê tranquilo ao longo da noite, para que não tivesse trabalho. O bebê foi levado para um hospital particular, onde recebeu atendimento de urgência com lavagem gástrica, soro e carvão ativado.
A substância exata administrada à criança está sendo analisada pela Polícia Científica, com previsão de resultado entre 15 e 30 dias. No entanto, os exames podem não detectar o composto devido à lavagem gástrica realizada no hospital.
A denúncia do caso foi registrada na Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Data). Conforme a família, as imagens obtidas, objetos e a medicação encontrada foram levadas à Polícia Civil, mas a suspeita foi liberada. A partir de então, a PC começou a investigação e representou pela prisão preventiva e busca e apreensão domiciliar contra a mulher.
Ainda conforme a PC, a suspeita, que responde por tentativa de homicídio qualificado, tinha fugido da casa dela, no bairro de São Brás. A técnica de enfermagem estava escondida na casa de um familiar, no distrito de Outeiro, em Belém, onde foi detida. A polícia encaminhou a Priscila até a Data da capital.
Durante o cumprimento das ordens judiciais, foram apreendidas seringas e medicamentos, entre eles, cloridrato de sertralina, que é indicado no tratamento de depressão. Todo o material foi encaminhado à perícia técnica.
As investigações continuam para apurar a existência de outras possíveis vítimas. A operação "Eli" foi deflagrada pela Divisão de Atendimento ao Adolescente (DATA), com apoio do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil (NIP).
“Este é um caso de extrema gravidade, em que uma criança, que deveria estar protegida, foi vítima de uma tentativa de homicídio. As imagens obtidas foram fundamentais para que pudéssemos agir rapidamente e garantir a prisão da suspeita. Estamos empenhados em aprofundar as apurações, buscando identificar se há outras vítimas ou circunstâncias relacionadas a este crime”, ressalta a delegada Emanuel Amorim, diretora da DAV.
Operação Eli
O nome da operação faz referência ao personagem bíblico Eli, que acolheu e protegeu o profeta Samuel, simbolizando cuidado e responsabilidade com a infância. A escolha do nome reforça o compromisso institucional da Polícia Civil em proteger crianças e adolescentes, além de representar uma resposta firme e humanizada diante da gravidade do crime investigado.
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