Pará: operação contra atuação de facções e milícia no transporte clandestino prende 10 pessoas
A investigação iniciou dois anos atrás, quando uma vítima procurou a Polícia Civil para denunciar que estava sofrendo extorsões de uma cooperativa de vans irregulares a mando de uma facção criminosa
A Polícia Civil do Pará prendeu 10 pessoas na manhã desta quarta-feira (26/11) na operação “Passe Livre”. O delegado Augusto Potiguar, titular da Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), disse que a ação foi feita para combater “faccionados e milicianos que exploravam o transporte clandestino” no estado. As prisões ocorreram em Belém, Castanhal, Ananindeua, São Miguel do Guamá, Tracuateua, Salvaterra e nos estados do Rio de Janeiro e Mato Grosso.
A investigação iniciou no ano de 2023, quando uma vítima procurou a Delegacia de Repressão às Facções Criminosas (DRFC) para denunciar que estava sofrendo extorsões de uma cooperativa de vans irregulares a mando de uma facção criminosa.
“Em razão disso, nós instauramos um procedimento policial para apurar esses fatos e conseguimos comprovar que realmente havia atuação da facção criminosa nas extorsões a motoristas de vans e que, além disso, havia a participação de servidores públicos que atuavam nessa área extensiva para coibir os motoristas irregulares, mas, na verdade, atuavam junto aos criminosos e, caso os motoristas não pagassem as extorsões, os servidores públicos fiscalizavam e apreendiam os veículos”, destacou o delegado Erir Ribeiro, responsável pela investigação.
De acordo com o delegado, "já o lado mais violento da organização criminosa realizava ameaças aos motoristas e mandava quebrar os carros. Mediante essas informações, foram efetuadas medidas investigativas e nós conseguimos verificar um montante patrimonial que eles movimentavam, sendo deferido ainda o bloqueio financeiro de valores e de bens”.
Com os suspeitos, foram apreendidos cinco veículos automotores, cinco motocicletas e telefones celulares que serão periciados. Houve, ainda, o bloqueio de R$ 22.592.418,79 nas contas de alguns dos investigados.
Todos os presos foram conduzidos para a sede da DRCO, onde serão realizados os procedimentos judiciais cabíveis. Eles vão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, extorsão, corrupção ativa e passiva e por integrar organização criminosa.
A operação contou com a participação de policiais civis vinculados à Diretoria de Polícia Especializada (DPE), Diretoria de Polícia do Interior (DPI), Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), Núcleo de Inteligência Policial (NIP) e da Divisão de Crimes Funcionais (DCRIF), além das Polícias Civis dos Estados do Rio de Janeiro e Mato Grosso.
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