No Pará, mais de 90 armas de fogo são retiradas do crime por mês
A apreensão de armamentos ilegais das ruas reprime diretamente crimes como roubos, homicídios e tráfico de drogas

Entre janeiro de 2023 a 1º de setembro de 2025, foram apreendidas 2.923 armas de fogo em todo o Pará, segundo dados da Polícia Civil. Somados, os registros representam uma média de 91 armas retiradas do crime por mês. Os municípios de Barcarena e Ananindeua concentram o maior número de apreensões nesse período. As interceptações refletem a atuação firme das forças de segurança pública no combate ao tráfico e ao uso ilegal de armamentos no Estado. Conforme o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Temmer Khayat, retirar armas das mãos do crime tem reflexo direto na redução de outros delitos.
“Quando conseguimos apreender uma arma de fogo, muitas vezes limpamos uma área inteira, trazendo de volta a tranquilidade e a paz social. Isso impacta diretamente crimes como roubos, homicídios e no próprio tráfico de drogas, que utilizam esses armamentos para impor medo e força”, diz Temmer Khayat.
Segundo os dados da PC, reafirmando a fala do delegado, as apreensões de armas ocorreram em diferentes contextos de enfrentamento à criminalidade no Estado, como em operações de grande porte, cumprimento de mandados de busca e apreensão, investigações de inquéritos policiais ou durante prisões em flagrante. O levantamento mostra que, em 2023, foram contabilizadas 1.151 armas de fogo apreendidas em todo o Pará. No ano seguinte, o número chegou a 1.057 interceptadas. Já em 2025, até o dia 1º de setembro, o balanço parcial registra 715 armas retiradas das ruas.
Apreensões
O município com o maior número de apreensões de armas de fogo no ano de 2023 foi Barcarena, com 102 apreensões. Já em 2024, Ananindeua liderou a estatística com 520 armas retidas. Em 2025, até o dia 30 de setembro, novamente Barcarena contabiliza o maior número de interceptações, com 471 armas apreendidas.
Temmer Khayat aponta ainda que a localização geográfica influencia os números de interceptações. Segundo ele, Barcarena se tornou ponto estratégico de repressão ao crime por estar situada em uma área ribeirinha, próxima a cidades como Igarapé-Miri, Muaná e outros municípios da área fluvial, que fazem parte da rota do tráfico de drogas. “Muitas das grandes apreensões de entorpecentes também aconteceram nessa região. O trabalho de combate ao tráfico de drogas e ao crime organizado acaba se entrelaçando com a retirada de armas de circulação”, afirma.
Armas
Quanto aos tipos de armamentos mais comuns apreendidos, de acordo com os dados da PC, o perfil variou ao longo dos últimos três anos. Em 2023, as espingardas foram os itens mais encontrados, somando 414 apreensões. Já em 2024, o destaque ficou para as pistolas, com 1.033 registros. Em 2025, até setembro, as carabinas lideram as estatísticas, com 339 armas retiradas de circulação.
O delegado-geral adjunto aponta que esses resultados são fruto de um trabalho amplo e diversificado. “Esse número de apreensões de arma de fogo, que consideramos inclusive elevado, é resultado de ações específicas para localizar armamentos, mas também de investigações de homicídios, roubos e tráfico, que acabam indiretamente levando à apreensão de armas de fogo”, destaca.
Além disso, Temmer Khayat reforça que a atuação integrada entre diferentes forças de segurança amplia a eficácia do trabalho. “A cooperação entre Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Federal e até mesmo órgãos como a PRF tem sido fundamental para combater o tráfico e a circulação de armas. Cada instituição contribui com informações e operações que, somadas, fortalecem o enfrentamento à criminalidade”, explica.
O delegado também destacou o impacto direto para a sociedade: “Cada arma apreendida significa menos chances de um assalto, menos risco de um homicídio ou de um inocente ser atingido por uma bala perdida. Esse reflexo é sentido no dia a dia da população, que passa a viver com mais segurança e tranquilidade”, frisou Temmer Khayat.
Repressão
De acordo com a Polícia Civil, as apreensões têm relação direta com a repressão a crimes recorrentes no estado. Em 2023 e 2024, a maior parte dos armamentos foi encontrada em investigações ligadas à posse e porte ilegal de arma de fogo. Já em 2025, o contexto que mais resultou em apreensões foi o de ações contra roubos.
Nesse sentido, Temmer Khayat cita que muitas das armas também são encontradas em meio a operações voltadas para outros crimes, como no caso de diligências contra o tráfico. “Temos exemplos de grandes operações de cumprimento de mandados que, mesmo não sendo voltadas exclusivamente para armas, podem resultar nessas apreensões. É um trabalho difuso, que se conecta com diferentes frentes de investigação”, disse o delegado.
Destinação
Sobre a destinação dos armamentos, o delegado ressalta que a maior parte segue para destruição, em processos acompanhados pelo Judiciário, Ministério Público e Forças Armadas. Poucas, entretanto, podem ser incorporadas ao patrimônio das forças de segurança, quando compatíveis com o uso policial.
“Grande parte das armas não é aproveitada porque muitas vezes não se enquadram nos calibres utilizados pela polícia, como pistolas .380 ou revólveres, que já não fazem parte da rotina das forças de segurança. Nesses casos, elas seguem para destruição, em um processo rigoroso e supervisionado, que garante que esses armamentos nunca mais retornem às ruas”, destacou o delegado-geral adjunto.
Colaboração popular
Temmer Khayat também reforça a importância da participação popular. “O principal canal de comunicação é o 181, nosso disque-denúncia anônimo. Qualquer pessoa pode colaborar com informações sobre armas em circulação. Em situações de emergência, o 190 deve ser acionado para que haja uma resposta imediata da polícia”, destacou.
Com o trabalho contínuo de investigação e operação, a Polícia Civil reforça que a retirada desses armamentos de circulação é essencial para enfraquecer a criminalidade e garantir mais segurança à população paraense.
Apreensão de armas de fogo no Pará
2023 – 1.151
2024 – 1.057
2025 (até 1º de setembro) – 715
- Média de 91 apreensões por mês nesse período de 32 meses
- O município com o maior número de apreensões de armas de fogo no ano de 2023 foi Barcarena (102 apreensões)
- Em 2024, Ananindeua liderou a estatística (520 apreensões)
- Em 2025, até o dia 30 de setembro, Barcarena contabiliza o maior número de apreensões (471)
- Dentre os tipos de armamentos mais encontrados, em 2023 destacou-se o número de espingardas apreendidas (414)
- Em 2024, as armas mais comuns foram pistolas (1.033)
- Em 2025, até 30 de setembro, as carabinas foram os armamentos mais apreendidos (339)
FONTE: POLÍCIA CIVIL DO PARÁ
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