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Naufrágio na Ilha de Cotijuba: buscas continuam pelo 11º dia e criança segue desaparecida

De acordo com a Segup, as buscas contam com apoio de mergulhadores que investigam dentro da embarcação "Dona Lourdes II"

O Liberal
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As buscas da Secretaria de Segurança Pública e Defesa (Segup) continuam pelo 11º consecutivo no domingo (18) para tentar localizar a menina Sofia Lorem, de 4 anos, que ainda continua desaparecida. Ela estava na embarcação “Dona Lourdes II” que naufragou na quinta-feira (8). De acordo com a Segup, o trabalho conta com o apoio de mergulhadores que realizam diligências dentro da embarcação em frente à Ilha de Cotijuba, em Belém, e na Baía do Marajó. Até o momento são 66 sobreviventes e 22 mortos, sendo 13 mulheres, seis homens e três crianças

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Até o momento, a Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup) já contabilizou 23 mortos e 66 sobreviventes

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De acordo com o advogado Dorivaldo Belém, o valor total é de R$ 220 mil e pode mudar se mais alguma pessoa for encontrada morta do naufrágio

Confira a nota na íntegra da Segup

“A Secretaria de Segurança Pública e Defesa (Segup) informa que neste domingo (18), pelo 11º dia consecutivo, equipes de mergulhadores do Corpo de Bombeiros Militar do Pará realizam busca no interior da embarcação naufragada em frente à Ilha de Cotijuba, em Belém, e no entorno do local do acidente, na Baía do Marajó. Conforme o reclame de pessoas procuradas por familiares, uma criança, Sofia Loren, continua desaparecida.  Até o momento, foram contabilizados 66 sobreviventes, que receberam assistência psicossocial e foram ouvidos no trabalho investigativo. Das 23 pessoas procuradas por familiares e incluídas na lista de desaparecidos, 22 foram encontradas sem vida (13 mulheres, seis homens e três crianças). A Segup reitera que a responsabilidade pela reflutuação da embarcação seria da proprietária, que em depoimento à polícia alegou não ter condições de arcar com os custos da operação. Posteriormente, a Marinha do Brasil foi consultada sobre a emersão da embarcação, mas a instituição informou que não fará esse procedimento. Diante desse impasse, o Estado, por meio da Segup, está realizando os trâmites legais de licenças e licitação para realizar o içamento”.

Avó da menina morreu no naufrágio, diz familiar

Em conversa por telefone, Néris Amaral, tio de Sofia, confirmou na tarde de quarta-feira (14) à reportagem de O Liberal que a sobrinha ainda está desaparecida e detalhou quem acompanhava a garota na viagem.

“A avó foi fazer uma consulta médica em Belém e foi acompanhada da Sofia e das duas filhas. Estou inconformado até hoje, porque morreu a avó da Sofia. O que diminuiu a dor é que a tia e a mãe da Sofia sobreviveram. Ainda pedi para ela (avó da Sofia) ir na sexta-feira (9) fazer essa consulta, mas, infelizmente, a tragédia aconteceu. Moramos em Salvaterra, no Marajó, e até agora as autoridades ainda não falaram nada para a gente. Ela (Sofia) continua desaparecida. O meu filho, de 4 anos, tem a mesma idade dela (Sofia) e até hoje me pergunta onde está a prima. Eles brincavam muito e, agora, meu fica se desenhando de mãos dadas com a Sofia. Meu pai mora em Moju e está tendo falta de ar, por conta do naufrágio. Ele (avô da Sofia) era muito próximo da Sofia”, contou o tio de Sofia. 

Reflutuação da lancha

A lancha Dona Lourdes II permanece submersa na baía do Marajó. De acordo com a Segup, a responsabilidade pela reflutuação da embarcação seria da proprietária que, em depoimento à polícia, alegou não ter condições de arcar com os custos da operação. Posteriormente, foi consultada a Marinha do Brasil sobre a emersão da embarcação, mas a instituição informou que não fará esse procedimento.

Diante desse impasse, o Estado, por meio da Segup, está realizando os trâmites legais de licenças e licitação para realizar o içamento. Após esse processo, novas averiguações serão feitas na lancha em terra.

Resgate e fuga do comandante da embarcação

No dia do naufrágio, moradores da ilha de Cotijuba estavam saindo para a atividade de pesca, quando se depararam com as pessoas pedindo socorro. Um desses moradores foi identificado como José Cardoso Lemos, mais conhecido como “Zezinho”. Ele contou que uma das primeiras pessoas que ajudou a se salvar foi o comandante da lancha, Marcos de Souza Oliveira, 34 anos, e sua esposa.

Segundo “Zezinho”, Marcos teria simulado um infarto e pediu para ser levado com urgência à beira do rio. Porém, assim que chegou à faixa de areia, o comandante fugiu e deixou os demais passageiros para trás.

Prisão do comandante Marcos Oliveira

Marcos passou cinco dias na condição de foragido da justiça, uma vez que contra ele havia um mandado de prisão preventiva expedido desde o dia 9 deste mês. A Polícia Civil do Pará conseguiu dar cumprimento ao mandado na tarde da última terça-feira (13). O comandante foi localizado e preso na casa do cunhado dele, em Ananindeua. Marcos deverá responder por homicídio doloso, com agravantes de outros crimes, como omissão de socorro.

Advogado pede a revogação de preventiva

O advogado de defesa de Marcos Oliveira, Dorivaldo Belém, informou que pediu a revogação da prisão preventiva do comandante. O pedido foi protocolado nesta sexta-feira (16).

Mãe e irmã do comandante foram ouvidas

Dorivaldo Belém havia informado que seu cliente iria se apresentar naquele mesmo dia em que foi preso, às 10h, na sede da Delegacia Geral de Polícia Civil, no bairro de Nazaré, em Belém. Mas isso não ocorreu. Somente a mãe e a irmã de Marcos compareceram para prestar esclarecimentos.

O advogado alegou que Marcos estava traumatizado e, por este motivo, não conseguiu ir até a delegacia. Inicialmente, o advogado informou que a embarcação era da mãe de Marcos. Na delegacia, porém, o advogado passou a afirmar que a lancha, na verdade, era da irmã do comandante. Segundo o advogado, as duas mulheres não deverão ser presas.

Arcon confirma ilegalidade da lancha

A lancha Dona Lourdes II estava realizando atividades de forma irregular e partiu de um porto clandestino localizado em Camará, na ilha do Marajó. A informação foi confirmada pela Agência de Regulação e Controle dos Serviços Públicos do Estado do Pará (Arcon-Pa), que já havia notificado a empresa responsável pela embarcação.

Além disso, um documento foi enviado no dia 3 de agosto pela entidade solicitando apoio para coibição do serviço e fiscalização da Capitania dos Portos da Amazônia Oriental.

De acordo com a nota da Arcon, a embarcação não possuía autorização para realizar transporte intermunicipal aquaviário de passageiros junto ao órgão estadual.

Defesa do comandante propõe indenização de R$ 10 mil

O advogado de defesa de Marcos de Souza Oliveira protocolou, na última quarta-feira (14), um processo de indenização por danos morais para as famílias das vítimas que morreram no naufrágio na ilha de Cotijuba. O valor ofertado é de R$ 220 mil, ou seja, R$ 10 mil para cada família. O valor pode aumentar se outros corpos forem localizados, disse Dorivaldo.

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