Movimentos sociais temem ameaças após assassinato de coordenadora do MAB
O coordenador do MAB de Tucuruí, Roquevam Alves Silva, diz que o assassinato da companheira de luta foi um recado de intimidação.
A morte da coordenadora regional do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB) em Tucuruí, Dilma Ferreira da Silva (47), representa uma ameça para lideranças de vários outros movimentos sociais. Quem afirma é outro coordenador do MAB do município, Roquevam Alves Silva, que interpretou o assassinato da companheira de luta como um recado de intimidação.
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"Representa ameaça para lideranças de vários movimentos, como MAB, MST e todos que estão na trincheira pela luta dos direitos. Como o MAB tem lutado pelos direitos na esfera municipal, estadual e federal, acaba incomodando. A morte da Dilma parece que foi um recado para todos que somos lideranças", disse.
Ele garante que não existia conflito agrário no assentamento Salvador Allende, onde Dilma foi assassinada, junto com o marido dela, Claudionor Costa da Silva (42) e Milton Lopes (38), que trabalhava para o casal. Segundo ele, o assentamento está regularizado há muito tempo.
RISCOS
"Essa tragédia também nos faz refletir no risco que os movimentos sempre nos colocaram. Quando a gente acha que não existe mais ameaça, que já esfriou, é quando acontece alguma coisa. Recentemente, Dilma e outros não sofriam ameaças. Mas nos acomodamos e esse assassinato ocorreu", comentou Roquevam.
Para o coordenador, a ameaça existe desde a constituição do movimento. "Mas isso não nos faz curvar diante das dificuldades. O medo nos acompanha, mas não nos fará convardes. Ficaremos mais atentos, pois qualquer vacilo pode terminar como o assassinato da Dilma", disse.
PROTEÇÃO
Ele também conta que o Governo do Estado já ofereceu proteção, mas não da forma como eles aguardavam. "A proteção seria com a condição das lideranças serem retiradas de suas respectivas localidades. Perderíamos nosso ativismo. Além de ficarmos distantes de nossas famílias. Nunca aceitei isso. O movimento acha importante, mas eu, por exmeplo, não. Só aceitaria se mandassem segurança e proteção para cá", finalizou.
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