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Jovem baleada por PM, no Guamá, tem piora na saúde e passa por nova cirurgia

A irmã da vítima confirmou a informação, na manhã desta quinta-feira (7), e disse a jovem corre o risco de morte

Saul Anjos
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O estado de saúde da jovem Catharina Kethellen da Silva Palmerin, 24 anos, piorou, na noite desta quarta-feira (6). A irmã dela, Débora Palmerin, confirmou a informação à redação integrada de O Liberal, nesta quinta-feira (7), e disse que a jovem vai passar por nova cirurgia e que a vítima corre risco de morte. Catharina, que é estudante e enfermagem, foi baleada na barriga durante uma tentativa de abuso sexual, na tarde do último domingo (3), no bairro do Guamá, em Belém. O principal suspeito é um sargento da Polícia Militar do Pará, identificado como Arthur dos Santos Júnior. Ele está preso desde a data do ocorrido. Na segunda-feira (4), foi indiciado pelo crime de tentativa de homicídio.

Débora disse, bastante emocionada, que a vítima passou a madrugada desta quinta (7) mal. A acadêmica perdeu parte do intestino, por conta do tiro que a atingiu, e apresentou alterações na bexiga. “Hoje (7), ela está sendo avaliada pelo médico e vai passar por nova cirurgia. Ela (Catharina) está entrando na sala de cirurgia com obstrução no intestino, que tinha sido retirado. Ela está muito mal. A gente está correndo o risco de perder ela”, contou.

 Catharina foi socorrida para o Pronto Socorro do Guamá, onde passou por cirurgia ainda no domingo. Na quarta (6), familiares da jovem informaram que ela foi transferida para outro hospital de alta complexidade. Eles não detalharam quando e para onde foi feita a transferência.

Pedido de justiça

Nesta quarta-feira (6), foi realizado um ato, em frente ao Hangar Centro de Convenções, pedindo justiça para o caso. Uma nova manifestação está prevista para ocorrer na próxima sexta-feira (8), no bairro onde o crime foi registrado. Um novo ato está previsto para ocorrer às 16h desta sexta-feira (8), na Usina da Paz do bairro Guamá.

PM suspeito de cometer o crime

image O principal suspeito é um sargento da Polícia Militar do Pará, identificado como Arthur dos Santos Júnior. (Reprodução / Redes sociais)

O caso tramita na justiça comum porque, no momento do baleamento, Arthur não estava a serviço da Polícia Militar do Pará (PMPA). Ele era lotado no Batalhão de Polícia de Eventos (BPE). Na tarde desta quarta-feira (6), a PMPA confirmou, por meio de nota, que o militar teve a prisão em flagrante convertida em preventiva, ou seja, tempo indeterminado pela justiça.

A PM também informou que o sargento “foi imediatamente afastado do serviço operacional”. “Após alta hospitalar, foi conduzido ao sistema prisional, permanecendo à disposição judicial enquanto responde pelo grave delito”, acrescentou a PMPA. “Internamente, foi instaurado procedimento disciplinar para apurar em profundidade o caso e adotar as medidas administrativas pertinentes, de forma rigorosa”, assegurou a instituição.

Justiça Militar

Procurado pela reportagem de O Liberal para comentar a situação do policial, o promotor de Justiça Militar Armando Brasil disse que vai determinar a instauração de Conselho de Disciplina para apurar a permanência ou não do militar na tropa.

Provas do crime

Ainda conforme o documento disponível no site do TJPA, nos autos do processo, há provas da existência do crime praticado pelo militar “no boletim de ocorrência e nos depoimentos das testemunhas”. “O relato indica que o flagranteado, policial militar, estaria embriagado e teria tentado abusar sexualmente da vítima, a qual reagiu e, em decorrência disso, foi baleada”, diz o documento.

No entendimento da justiça paraense, a manutenção da prisão do sargento Arthur é imprescindível para a manutenção da ordem pública e garantia da instrução criminal. “Há fortes indícios de que o autuado, ao ser posto em liberdade provisória, continuará ameaçando a paz e a segurança social”, acrescenta o documento.

Relembre o caso

A estudante de enfermagem Catharina Keth​ellen da Silva Palmerin, 24 anos, foi baleada na tarde do último domingo (3) pelo sargento Arthur dos Santos Júnior, no bairro do Guamá, em Belém. A vítima estava em uma parada de ônibus na avenida Barão de Igarapé-Miri, próximo à avenida José Bonifácio, no momento em que sofreu uma tentativa de abuso sexual por parte do militar. A ação foi registrada por câmeras de segurança.

As imagens mostram que o policial se aproximou, passou a cercá-la e chegou e tentou puxá-la, pelos braços, em direção às barracas da feira do Guamá. Para se defender do ataque, Catharina desferiu um golpe de canivete no agressor. Ele, então, sacou a arma e atirou na mulher, ferindo-a no abdômen. A vítima foi socorrida e levada inicialmente ao Pronto Socorro do Guamá, onde passou por cirurgia. Em seguida, a jovem foi transferida para um hospital não informado.

No momento do crime, moradores da área tentaram defender Catharina. Mas o policial apontou a arma para eles, ameaçando-os, e em seguida fugiu. Logo depois, foi preso por uma guarnição da Polícia Militar. À polícia o militar alegou que a estudante teria tentado assaltá-lo.

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