Jovem é executado com quatro tiros na cabeça dentro de carro em que trabalhava em Santa Bárbara

Duas horas após o assassinato ocorrido no bairro do Guamá, no início da tarde desta quinta-feira (28), outro jovem foi executado a tiros no município de Santa Bárbara, Região Metropolitana de Belém, em circunstâncias semelhantes. O mecânico Andrey Santana Trindade, de 23 anos, foi morto com quatro tiros dentro de um carro, na oficina em que trabalhava esporadicamente, situada na PA-391. Ele estava consertando um veículo de modelo Gol, de cor cinza, por volta de 14h, quando dois homens chegaram ao local. Os atiradores, encapuzados, desceram de um carro de modelo Voyage, de cor prata. 

Segundo uma testemunha que estava presente no momento do crime, os criminosos entraram no estabelecimento, mandaram que se retirasse e disparam várias vezes contra Andrey, à queima-roupa. "Eles falaram para eu sair, que não era comigo o negócio. 'Sai, sai, que a bronca não é contigo'", recordou a testemunha. A testemunha contou ainda que correu para os fundos do estabelecimento e em seguida ouviu os disparos. "Não deu tempo de ele tentar sair do carro, correr, não deu tempo de nada, foi muito rápido", relatou.

Andrey foi atingido na cabeça quatro vezes. Um dos tiros também transpassou a mão do rapaz, possivelmente, segundo a Perícia, em uma tentativa de defesa da vítima. Todos os disparos, conforme análise dos peritos, foram efetuados a curtíssima distância. 

No local, familiares, emocionados, falaram que o rapaz era usuário de drogas, mas não tinha envolvimento com a criminalidade. Ele já havia trabalhado na oficina anteriormente, há cerca de um ano, mas o local foi fechado. Com novo proprietário, o jovem era chamado eventualmente para auxiliar como mecânico em consertos maiores, como o que fazia no momento de sua morte. "Eu acho que nem ele estava esperando por isso. Ele estava muito alegre, cantando cânticos, estava feliz. Disse que havia entrado para uma igreja, que queria se salvar", uma testemunha, que pediu para não ser identificada. Para os familiares do jovem, a aproximação com  a Igreja e o retorno para o trabalho era uma tentativa de se livrar do vício. "Não faz muito tempo que esse menino começou a usar drogas. A gente aconselha, mas é difícil. Jovem não quer ouvir a gente", disse uma tia do rapaz. 

A vítima morava apenas com o pai, na rua Juquilândia, a poucos metros da oficina em que foi executado. Segundo informações da Polícia Militar, ele havia sido levado há cerca de uma semana para a delegacia da localidade por suspeito de roubo, mas foi liberado em seguida por falta de provas. No chão da oficina, a equipe do Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves encontrou dois projéteis e quatro estojos de armamento do tipo pistolo ponto 380. O corpo do jovem foi removido e encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) no final da tarde.