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Em Parauapebas, família e amigos afirmam que garimpeiro não era bandido

Ele morreu em intervenção policial na Vila Sansão, em Marabá

O Liberal
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O corpo do garimpeiro Jesiael da Silva Lucena, de 24 anos, foi sepultado, neste sábado (16), no Cemitério Jardim da Saudade, em Parauapebas, no sudeste estadual. O enterro foi marcado por forte comoção de familiares e amigos, inconformados com a morte do jovem, durante uma intervenção da Polícia Militar, na margem do Rio Azul, na região da Vila Sansão, em Marabá, na última quarta-feira (13). Com informações do site Ze Dudu.

De acordo com a PM, a vítima seria integrante de uma facção criminosa e junto com outros homens  estaria ameaçando os guardas florestais de uma empresa de vigilância que presta serviços para uma mineradora, no entanto, a família procurou veículos de imprensa na região, para esclarecer que Jesiael Lucena era garimpeiro e nunca foi de grupo criminoso nem ameaçava ninguém, como denunciou o supervisor dos vigilantes à Polícia Militar.

Amigos, empresários e um professor que conheciam Jesiael, desde criança, participaram do velório, no sábado, na Vila Paulo Fonteles, e estavam bastante emocionados com a partida violenta do rapaz.

Mataram um trabalhador, pai de de família

Empresário, José Vieira da Costa, mais conhecido como Zezão, morador da Vila Paulo Fonteles, onde também morava Jesiael, disse que conhece a família há 23 anos e tem certeza de que Jesiael não era bandido.

“Era um trabalhador, um pai de família que deixou três filhinhos, trabalhava dia e noite para sobreviver, para pagar as contas e os funcionários dele e do irmão”, assegurou Zezão. 

O empresário afirmou também que “as únicas armas que eles tinham no garimpo eram duas por 'forazinhas', e nenhuma estava carregada. O rapaz pedindo (para não atirarem) com as mãos para cima, para que eles foram matar o pai de família?”, questionou José Vieira. 

Na região, é comum chamar de 'por fora' para o tipo de espingarda que tinha Jesiael. O professor Virgílio de Jesus Oliveira, de quem Jesiael Lucena e o irmão foram alunos, também Vila Paulo Fonteles, disse que Jesiael era “de garra e vontade de trabalhar para dar o sustento para suas famílias, e a gente ouvir esses relatos, a respeito deles, dá uma tristeza, porque são jovens que estavam ali, em busca do sustento”.

Josias Nunes Lucena, pai de Jesiael, garante que as duas espingardas encontradas no local estavam descarregadas. “Como é que os vigilantes dizem para a polícia que ali havia um grupo de bandidos de facção, armados? Quem foi que já viu um grupo de facção trabalhando dentro daquela mata, desde às 6h? E armado com duas espingardas ''por fora?".

Um dos garimpeiros, que pediu para ter a identidade preservada, temendo pela vida, relatou que, por volta das 13h30, todos já estavam se retirando da área, quando os policiais do Grupo Tático chegaram.

O garimpeiro contou que Jesiael estava levando a espingarda, descarregada, e, quando viu os policiais, imediatamente levantou os braços, num gesto de rendição, mesmo assim, foi baleado no peito. Ele também afirmou que nem ele, nem Jesiael e outros garimpeiros são de facção criminosa. Ele inclusive contou que todos prestaram depoimento à Polícia Civil, e foram liberados. 

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