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Ex-moradora do Guamá presa na Indonésia foi aliciada por organização criminosa em Santa Catarina

“É uma moça humilde e não sabia o que estava transportando”, diz o advogado da jovem

Dilson Pimentel
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Ex-moradora do bairro do Guamá, Manuela Vitória de Araújo Farias, 19 anos, que está presa na Indonésia acusada de tráfico de drogas, foi aliciada por uma organização criminosa em Santa Catarina. “Ela não sabia que estava transportando cocaína, tanto que não recebeu nenhuma vantagem financeira”, disse o advogado dela, Davi Lira da Silva. Em entrevista exclusiva à Redação Integrada o Liberal, na tarde deste domingo (29), ele contou que Manuela foi ameaçada caso não fizesse a viagem.

A jovem foi presa com 2,5 kg de cocaína, no Aeroporto Internacional de Bali, na Indonésia. E foi indiciada com base na lei do país sobre entorpecentes, podendo ser condenada à pena de morte.

O que acontece é que a Manuela foi aliciada por uma organização criminosa no estado de Santa Catarina para que levasse essa mala (na qual estava a droga). Ela tentou desistir dessa viagem. Só que a organização informou que já havia gastado mais de R$ 25 mil com passagens e hospedagem e que ela não precisava saber o teor do que estava levando. Só precisaria levar uma mala. Ela não sabia o que havia nela”, disse.

image Advogado Davi Lira da Silva mostra, no celular, foto de Manuela presa na Indonésia: "Ela não sabia que estava transportando cocaína, tanto que não recebeu nenhuma vantagem financeira” (Igor Mota/O Liberal)

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Para levar a mala, a jovem recebeu a promessa de se matricular em uma escola de surfe, algo que ela queria muito. O advogado disse que Manuela foi “ingênua”. “Manuela não saiu daqui portando dinheiro ou outras coisas. Ela não é uma narcotraficante: não possui bens, não possui carro, não possui moto, não possui uma vida de ostentação”, disse.

“É uma moça humilde que tem uma família honesta na periferia da cidade, homens e mulheres trabalhadores. Essa notícia pegou todos de surpresa”, afirmou Davi Lira da Silva.

Para advogado, Manuela foi usada como “mula”

A família imaginou que ela passaria o réveillon com o namorado, que mora em Portugal. Ela foi presa no dia 1º deste mês, mas a notícia só veio à tona após o indiciamento dela.

Para o advogado Davi Lira, Manuela foi usada como “mula” (pessoa que transporta droga). Só que a legislação antidrogas na Indonésia é a mais rígida do mundo. “Ela se encontra em um pais onde pode enfrentar até uma pena capital (pena de morte) ou prisão perpétua”, disse.

O advogado disse que a família está entrando em contato com a Embaixada Brasileira na Indonésia, que fica em Jacarta. “O embaixador é uma pessoa muito solícita já foi feito visita a Manuela para saber das condições dela de saúde. Parece que ela estava enferma”, disse.

A família precisa contratar um advogado especialista em direito criminal na Indonésia. O problema é que esse valor é altíssimo – custa entre 100 mil e 150 mil dólares, e os parentes não dispõem desse valor.

Apesar da previsão de pena perpétua ou de morte, a pena mínima para os delitos atribuídos a ela é de cinco anos. “Então existe a possibilidade de conseguir uma pena menor”, disse. Mas, para tanto, é preciso provar que ela não é uma narcotraficante e foi usada como “mula”.

Família pensa em fazer vaquinha virtual para contratar advogado na Indonésia

A família está pensando em fazer uma vaquinha virtual para arrecadar recursos. Por ser uma viagem longa, Manuela levou com ela quatro comprimidos de Clonazepam, um medicamento ansiolítico, mas que é proibido na Indonésia. Por isso, ela está sendo acusada de dois delitos: um com base na Lei de Narcóticos e outro com base na Lei de Psicotrópicos, com base na legislação da Indonésia.

Manuela morava em dois lugares, já que o pai dela reside em Belém e a mãe, em Santa Catarina. Em Santa Catarina, conheceu algumas pessoas e acabou sendo aliciada. “A Manuela é uma boa menina. Nunca se meteu em atividade ilícita. Ela não tinha ciência do que ela estava transportando. Não tem digital da Manuela em drogas, não tem Manuela participando efetivamente de produção, distribuição de nenhum tipo de entorpecente”, afirmo o advogado.

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