Empresário foragido, acusado de grilagem, é morto a tiros durante negociação milionária em Belém
Em 2016, a Polícia Federal prendeu a vítima. Na época, o Ministério Público Federal o acusou de assentados em Rurópolis, no sudoeste do Pará, para continuar a explorar ilegalmente área de assentamento
O empresário Jevelis Grey Panassolo, de 53 anos, que estava foragido da Justiça, foi assassinado a tiros na manhã desta quarta-feira (24/12) dentro de uma loja de conveniência localizada em um posto de gasolina que fica na avenida Centenário, no bairro Mangueirão, em Belém. De acordo com a Polícia Militar, dois homens em uma motocicleta perseguiram a vítima, que intermediava uma venda de R$ 2 milhões, e a assassinaram com diversos disparos.
O 24º Batalhão de Polícia Militar (24º BPM) foi acionado ao caso, que ocorreu por volta das 8h, e se deslocou ao local. Assim que a guarnição chegou ao estabelecimento, encontrou Jevelis morto.
Ainda segundo a PM, a negociação que a vítima participava era para um outro homem, que não estava no local. Ao esperar o negociante, os suspeitos abordaram Jevelis. Ele ainda tentou fugir, mas não conseguiu e foi alcançado e baleado.
Câmeras de segurança da loja registraram todo o crime. Nas imagens é possível ver a vítima correndo. Um dos suspeitos permanece na moto, enquanto o outro, vestido com camisa laranja, vai atrás de Jevelis. Ao tentar entrar no local, ele bate contra a porta de vidro, que quebra e cai no chão, momento em que o suspeito se aproxima e atira. Depois disso, um suspeito foge e a vítima ainda consegue levantar. A filmagem termina logo depois.
A PM isolou a área e acionou as polícias Científica e Civil para iniciar as investigações do ocorrido. Por enquanto, nenhum dos suspeitos foi identificado ou preso. As autoridades não confirmaram se a negociação que Jevelis participava ou a vida pregressa dele pode ter relação com a morte. Nenhuma hipótese é descartada.
Em nota, a Polícia Civil disse que o crime é investigado pela Delegacia da Cabanagem. Qualquer informação acerca dos suspeitos pode ser repassada de forma anônima e gratuita por meio do Disque-Denúncia, no número 181. A Redação Integrada de O Liberal também solicitou um posicionamento da Polícia Federal e da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). A reportagem aguarda retorno.
Grilagem, extração ilegal de madeira e trabalho escravo
Em 2016, a PF prendeu Jevelis. Ele foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ameaçar assentados com equipe armada em Rurópolis, no sudoeste do Pará, para continuar a explorar ilegalmente área de assentamento.
O MPF acusou Panassolo, junto com outro pecuarista, de ter grilado, ou seja, tomado posse de terra pública por meio de fraudes em documentos, um imóvel denominado Fazenda Cachoeirinha no mesmo município.
A Procuradoria Federal Especializada (PFE) a serviço do Incra apontou a falsificação de certidão do órgão, utilizada para obter licença de plano de manejo que incidiu sobre três assentamentos em Rurópolis.
O empresário também respondeu a uma denúncia de crime de submissão de 11 trabalhadores a trabalho escravo. O MPF chegou a pedir ao Poder Judiciário a condenação de Jevelis a 32 anos e seis meses de prisão e multa pelos crimes de uso de documento público falso, fraude processual, ameaça e desmatamento ilegal de 19 mil hectares.
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