Em Belém, mulher quase fica detida devido incompatibilidades entre RG e mandado de prisão
A mulher foi capturada por um PM que insistiu para que ela ficasse presa; a atuação do militar será investigada

Uma mulher quase ficou detida, na tarde desta segunda-feira (4), na Seccional da Sacramenta, em Belém. Ela foi apresentada, algemada, por um policial militar que insistiu para que fosse cumprido um mandado de prisão contra a mulher, supostamente, foragida da justiça. Incompatibilidades entre os documentos de identificação da mulher capturada e o mandado que existiria contra ela fizeram com que a autoridade policial não desse prosseguimento à prisão.
Procurado na tarde desta terça-feira (5), o delegado Arthur Nobre, diretor da Seccional da Sacramenta, informou que a confusão se deu porque quem está com mandado de prisão seria a irmã da mulher apresentada pelo PM. “Por isso, não foi cumprido, evitando um abuso de autoridade. Acionamos o delegado da Pedreira, que teve o mesmo entendimento”, pontuou Arthur.
Conforme narra o boletim de ocorrência do caso, diante da recusa na Seccional da Sacramenta, o policial militar que apresentou a mulher algemada teria informado que iria se dirigir até a Seccional da Pedreira para apresentá-la ao delegado de plantão.
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Já nesta segunda unidade de polícia, ainda de acordo com o boletim de ocorrência, o delegado, observando as irregularidades, também não deu cumprimento ao mandado de prisão. Com os dois pedidos negados, o policial militar teria voltado à Seccional da Sacramenta para registrar o caso.
Devido à insistência do PM para que a mulher apresentada por ele ficasse presa, de forma irregular, como considera a Polícia Civil, a Promotoria de Justiça Militar do Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) entrou no caso. De acordo com o promotor Armando Brasil, um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) será instaurado para apurar o fato. E somente essas apurações poderão esclarecer em que circunstâncias o caso ocorreu. A partir disso, as medidas cabíveis poderão ser tomadas.
A redação integrada de O Liberal entrou em contato com a Polícia Militar. Em nota enviada no final da noite desta terça-feira, a PM confirmou a ocorrência. Mas, em sua versão, o órgão disse que “...os militares se deslocaram para a delegacia da Pedreira, onde a suspeita confessou que o seu nome e dos seus pais são os mesmos que constam no mandado de prisão, diante dos fatos a equipe retornou para a Seccional Urbana da Sacramenta, onde o mandado de Justiça foi cumprido”.
De posse desta informação, a reportagem procurou novamente o delegado Arthur Nobre. Ele reforçou que a mulher apresentada pelo policial militar não ficou detida, porque o mandado de prisão em aberto não era em nome dela. Portanto, ela havia sido liberada, segundo o delegado. O policial civil disse também que o judiciário foi informado da situação, para que tome providências.
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