Comunidade faz protesto após invasão de prédio de Paróquia em Icoaraci
O ato ocorreu na manhã deste sábado (8), no bairro do Cruzeiro
Moradores e fiéis da Paróquia São João Batista e Nossa Senhora das Graças, em Icoaraci, realizaram um protesto na manhã deste sábado (8) após a ocupação de um prédio pertencente à igreja. Segundo a Polícia Militar, a manifestação ocorreu na rua Paes de Carvalho, no bairro Cruzeiro, e reuniu cerca de 50 pessoas.
De acordo com nota da PM, os participantes do ato pediam a reintegração de posse do imóvel que teria sido invadido por um grupo de pessoas. A PM informou que atuou no local para garantir a segurança e orientar os manifestantes, que foram instruídos a aguardar a decisão judicial referente ao caso. Ainda segundo o comunicado, a corporação só pode agir em situações de reintegração de posse mediante ordem judicial acompanhada de um oficial de Justiça.
Ao O Liberal, o padre Maurício Henrique Almeida dos Santos, responsável pela paróquia, relatou que a invasão ocorreu no dia 24 de outubro, por volta das 5h da manhã. “Foi do dia para a noite. Fechamos a igreja e, no dia seguinte, eles já estavam dentro do prédio que fica ao lado. Entraram de madrugada”, contou.
Segundo o religioso, cerca de 15 pessoas estão no local, entre elas crianças e idosos. Ele afirma que o grupo seria apoiado por uma ONG que alega oferecer assistência a pessoas em situação de rua. “Eles dizem ter um advogado pago pela ONG, mas o processo que apresentaram não tem relação com o imóvel. A ação fala de uma área desocupada, quando na verdade se trata de um prédio da paróquia”, explicou. A Redação Integrada de O Liberal não conseguiu contato com representantes da ONG para solicitar posicionamento. O espaço segue aberto.
O padre Maurício relatou que o prédio invadido fica ao lado da igreja matriz e funcionou, durante anos, como a Escola Paroquial São João Batista. “Por um período, o espaço foi cedido à Seduc, que devolveu o imóvel em 2018. Desde então, estávamos com um projeto de reforma, mas nunca imaginamos que alguém fosse invadir. Eles arrombaram o portão e entraram”, afirmou.
A comunidade registrou boletim de ocorrência e informou a Arquidiocese de Belém, que acompanha o caso. “Temos toda a documentação do terreno e o apoio do nosso arcebispo de Belém. Mas estamos indignados, porque até agora não houve uma decisão judicial. Enquanto isso, eles seguem entrando com materiais, pintando muros e construindo dentro do prédio”, completou o padre.
O padre Maurício destacou que a Paróquia São João Batista mantém ações sociais permanentes voltadas à população em vulnerabilidade, incluindo pessoas em situação de rua, e que sempre busca o diálogo e a assistência. “Nós temos um trabalho social constante aqui. Já oferecemos ajuda a eles e propusemos conversar, mas o advogado deles não quis acordo e desfez tudo o que estava sendo construído. A intenção nunca foi expulsar ninguém, e sim resolver de forma pacífica”, afirmou.
Em nota, a Polícia Civil informou que investiga o caso em sigilo.
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