Jornalista paraense denuncia agressão por ex-namorado lutador de jiu-jítsu em Belém
Vítima, que gravou vídeos das marcas da violência, revela que suspeito segue solto e vive 'pânico' após término de relacionamento abusivo
Uma jornalista paraense, que não terá o nome divulgado, denunciou ter sido brutalmente agredida pelo ex-namorado, que é lutador de jiu-jítsu, dentro do apartamento onde moravam, em Belém. Vídeos gravados pela vítima mostram as marcas deixadas pelas agressões. O suspeito segue em liberdade. Enquanto isso, a mulher clama pela prisão do lutador.
O relacionamento dos dois iniciou-se em julho de 2024 e se tornou um ciclo de violência a partir de março deste ano, quando passaram a morar juntos. Segundo a vítima, os episódios começaram após ela revelar à mãe do lutador que ele mantinha contato com um antigo conhecido. A partir daí, a violência se intensificou: socos, tapas, chutes, golpes de jiu-jítsu, inclusive um "mata-leão", além de ameaças de morte com faca no pescoço.
Ciclo de violência se intensificou após mudança
A jornalista também relata que o ex-companheiro quebrou móveis, invadiu o apartamento diversas vezes e chegou a drogar a cadela dela. Com isso, ela buscou socorro na casa de vizinhos e, em seguida, registrou ocorrência na delegacia. "O fato de ele estar solto me causa pânico. Recentemente, o encontrei na rua e me senti ameaçada. Pela lei, ele é considerado uma arma branca, por dominar técnicas de luta", relatou.
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Advogada classifica caso como violência doméstica e de gênero
A advogada Kelly Garcia, que representa a vítima, acompanha o caso de perto e ressalta a gravidade da situação: "Trata-se de um típico caso de violência doméstica e de gênero. Minha cliente tentou encerrar um relacionamento abusivo e passou a correr risco de morte. Não se trata de falha da Lei Maria da Penha, que é clara, mas de uma interpretação equivocada no momento em que a vítima buscou a delegacia. Diante do flagrante, caberia uma medida mais drástica contra o acusado. Agora, precisamos aguardar a conclusão do inquérito instaurado na DEAM para avaliar as providências jurídicas cabíveis."
Investigação segue na DEAM de Belém
O caso segue em investigação pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). Em nota, a Polícia Civil informou à Redação Integrada de O Liberal que o caso segue sob apuração da DEAM de Belém, e o inquérito policial está em fase de finalização. Enquanto isso, a jornalista continua em busca de justiça e de medidas que assegurem sua integridade física e psicológica.
Denuncie violência doméstica
É importante ressaltar a importância de buscar ajuda em casos de violência doméstica. Ao testemunhar agressões contra mulheres, é fundamental ligar para o número 190 e denunciar. Além disso, é possível fazer denúncias por meio do número 180, que corresponde à Central de Atendimento à Mulher, e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.
Outras opções incluem o aplicativo Direitos Humanos Brasil (Android e iOS)e a página da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos (ONDH) do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC).
A maioria dos casos de violência doméstica são cometidos por parceiros ou ex-companheiros das vítimas, mas a Lei Maria da Penha também abrange agressões perpetradas por familiares.
Vítimas de violência doméstica têm até seis meses para realizar a denúncia e buscar proteção.
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