Brigas entre gatos podem transmitir doenças: veja os riscos, sinais de alerta e como agir
Especialistas alertam para os perigos que os confrontos representam à saúde e ao bem-estar dos felinos
Brigas entre gatos representam riscos sérios à saúde dos animais — muitas vezes subestimados pelos tutores. Conflitos desse tipo podem resultar em ferimentos graves, transmissão de doenças e impactos significativos no bem-estar físico e emocional dos felinos. Além disso, prejudicam a convivência no ambiente doméstico e geram estresse tanto para os pets quanto para os responsáveis, especialmente com visitas frequentes ao veterinário.
Entre os principais fatores que despertam comportamentos agressivos estão disputas territoriais, tédio, medo, estresse ambiental e até problemas de saúde.
Sinais de alerta antes do confronto físico
Em muitos casos, sinais de tensão aparecem antes que a agressão se concretize, mas costumam passar despercebidos. Ações como bloquear o acesso à caixa de areia, farejar de forma insistente ou manter olhares fixos são indícios de que há algo errado. No entanto, a maioria dos tutores só intervém quando os gatos já estão se enfrentando fisicamente.
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A Associação Americana de Clínicos de Felinos (AAFP), nos Estados Unidos, destaca a importância de reconhecer precocemente os sinais de conflito. Os mais comuns incluem:
- Postura corporal rígida e olhar fixo em outro gato;
- Orelhas achatadas para trás;
- Cauda movimentando-se rapidamente de um lado para o outro;
- Rosnados, sibilos ou vocalizações intensas;
- Bloqueio de passagem, impedindo o acesso a comida, caixa de areia ou esconderijos.
Observar a evolução desses comportamentos, desde os pelos eriçados até atitudes de intimidação, ajuda a distinguir uma simples brincadeira de uma agressão iminente. O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) também alerta: mudanças súbitas de comportamento, como evitar contato, se esconder com frequência ou reagir de forma defensiva, indicam que a convivência está gerando estresse.
Como agir em caso de briga
De acordo com a AAFP, ao identificar sinais de agressividade, o ideal é interromper a interação e separar os gatos de forma segura, permitindo que ambos se acalmem antes de qualquer tentativa de reaproximação.
É fundamental nunca usar as mãos para separar os animais, a fim de evitar arranhões e mordidas. Medidas seguras incluem provocar um barulho súbito, lançar um brinquedo no ambiente ou cobrir um dos gatos com um cobertor.
O Hospital Veterinário da Universidade de São Paulo (HOVET-USP) recomenda atenção redobrada a ferimentos causados por brigas. Mordidas, por exemplo, podem provocar abscessos e transmitir doenças graves, como a FIV (Imunodeficiência Felina) e a FeLV (Leucemia Felina). Diante de qualquer machucado, a avaliação veterinária imediata é indispensável.
As médicas-veterinárias Camila Maximiano e Natasha Nougue, em coluna publicada no portal Metrópoles, reforçam que a FIV é comumente transmitida por meio de brigas entre gatos. Elas também alertam que gritar ou punir os felinos após um conflito não é eficaz, pelo contrário, aumenta o estresse e pode intensificar a agressividade. A recomendação é separá-los com calma e, posteriormente, adotar estratégias adequadas de reintrodução.
(Riulen Ropan, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Enderson Oliveira, editor web de oliberal.com)
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