CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Varíola dos macacos: o que se sabe até agora, quais os sintomas e como prevenir

Em live realizada nesta sexta-feira (29) pelo Grupo Liberal, o infectologista Alessandre Guimarães destacou detalhes sobre a doença

Camila Azevedo

A confirmação do primeiro caso de monkeypox, popularmente conhecida como varíola dos macacos, no Amazonas, acende um alerta maior sobre as medidas de segurança necessárias para a prevenção contra a doença e o que tem sido feito pelos órgãos competentes para conter o avanço. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde do Pará (Sespa), nenhum caso foi detectado no Pará. Em live realizada nesta sexta-feira (29) pelo Grupo Liberal, o infectologista Alessandre Guimarães destacou os primeiros sintomas a serem observados, as formas de contágio e quais grupos da população estão mais vulneráveis.

VEJA MAIS

image Varíola dos macacos: Sintomas podem incluir dor no ânus e inchaço no pênis; entenda
Estudo também sugere a possibilidade de transmissão assintomática ou com sintomas leves do vírus

image Brasil registra a primeira morte por varíola dos macacos
Nesta semana, a cidade de São Paulo confirmou os primeiros casos da doença em crianças

image Varíola dos macacos: Brasil registra primeiros casos da doença em crianças
Além do Brasil, já foram registrados três casos da varíola dos macacos em crianças: dois nos Estados Unidos e um na Holanda. Todas seguem em isolamento e estão sendo monitoradas.

O especialista explicou que a varíola dos macacos foi diagnosticada nos animais por meio de estudos de laboratórios em meados de 1956, ou seja, a doença já é conhecida pela comunidade científica e já passou por campanhas de vacinação. “Já existem vacinas no mundo contra a varíola, não é uma enfermidade nova. Ela foi descontinuada na década de 1970 porque foi uma doença erradicada no mundo inteiro, então, não foi mais necessário vacinar pessoas”, disse Alessandre.

Contágio

São várias as formas de contrair a doença. O infectologista ressalta que a varíola dos macacos não causa risco iminente de morte, a grande questão é o estigma que a sociedade coloca com o fato de o corpo ficar dominado por lesões. “Começa a transmissão pela possibilidade de gotículas que a gente expele enquanto fala, tosse ou espirra. São gotículas, partículas grandes e pesadas passadas pela via respiratória. A maior parte das infecções é pelo contato direto, de pessoa para pessoa, ao tocar nas lesões, ou contato indireto por fonte, que são os objetos inanimados que podem conter secreções de alguém que passou pelo local”, destacou.

image Varíola dos Macacos: conheça os sintomas, formas de transmissão e como se prevenir contra a doença
A doença já possui mais de e cinco mortes e 16 mil casos relatados em 75 países

image Quando a vacina contra a varíola dos macacos chega ao Brasil?
A vacinação contra o vírus Monkeypox já está sendo realizada em alguns países da Europa e da América do Norte

Por exemplo, ao sentar na poltrona de uma avião que, antes, foi ocupada por alguém com o vírus, é provável de ter contato com as secreções que as feridas deixam.

Sintomas

Os primeiros e mais comuns sintomas são semelhantes a de outras doenças virais, como febre e dor de cabeça. “É a partir do terceiro dia de evolução que tem os indicativos mais voltados para a varíola, com o aparecimento das lesões. E, depois, por volta do 5º dia, começam a surgir as erupções. Elas começam como erupções simples na pele. Enquanto tiver as lesões, o indivíduo pode estar transmitindo”, ponderou o médico. 

image Varíola dos macacos é identificada em crianças pela primeira vez; veja
Segundo o CDC, provavelmente, o vírus foi transmitido por familiares

image Varíola dos macacos: Brasil negocia compra de vacina contra a doença
No mundo, apenas um laboratório fabrica o imunizante contra a varíola dos macacos, que é a empresa dinamarquesa Bavarian Nordic. A indústria não tem representante no Brasil.

Cerca de 95% dos casos têm lesões na face, ao passo que 75% das feridas se encontram na região genital. 

Grupos de risco

O médico enfatizou que, diante dos últimos dados obtidos e do perfil dos contaminados, há uma parcela da população que possui mais chances de contrair a doença. “Infelizmente, a gente tem visto casos mais graves em crianças abaixo de 8 anos. Ao contrário dos adultos, a transmissão ocorre dentro do ambiente familiar. E, também, em imunossuprimidos”.

Cuidados

Manter hábitos de vida saudáveis, usar máscara e não estigmatizar pessoas infectadas fazem parte das principais formas de evitar a varíola dos macacos. “A imunidade está diretamente relacionada. Para qualquer doença infecciosa, há uma resposta imunológica. Se a pessoa tiver imunossupressão severa, ela tem que fortalecer a imunidade”.

image Varíola dos macacos: 95% dos casos são transmitidos por meio do sexo
A pesquisa conseguiu identificar, ainda, que os infectados apresentaram sintomas anteriormente não relacionados ao vírus, como lesões genitais

image OMS declara que varíola dos macacos é emergência mundial de saúde
Mais de 16 mil casos já foram relatados em 75 países, de acordo com o diretor-geral da instituição

A relação sexual não necessariamente é um vetor para a transmissão, mas pode ajudar. O beijo, inclusive, também pode ser uma via. 

Vacinação

O Brasil ainda não possui esquema de vacinação. Recentemente, o Ministério da Saúde informou que fez a encomenda de doses, mas que a aplicação não será ampla por enquanto. “As vacinas vão ser direcionadas para os profissionais da área de saúde, pessoas que trabalham em laboratório de análise, manipulando essas amostras. Não temos vacina no Brasil e tampouco em clínicas particulares”, analisou o infectologista. 

As pessoas que nasceram depois da década de 1980 não possuem proteção contra o monkeypox. Os que nasceram antes de 1979, quando ainda eram aplicados os imunizantes, devem ter recebido ao menos uma dose da vacina, mantendo a proteção.

O vírus da doença é de DNA, ou seja, não tem muitas mudanças, nem variações, ao contrário do coronavírus, que é de RNA e acaba criando uma série de mutações.

Recuperação

O tempo mínimo de recuperação é de quatro semanas, trinta dias, em média. Porém, o médico alerta: as pessoas estão preparadas para esse tempo todo sem convívio social? A pergunta abre para a possibilidade de muitos burlarem o período de isolamento e transmitirem a doença. “Temos visto comentários dizendo que são de 2 a 4 semanas, mas essas lesões não cicatrizam facilmente até chegarem na fase da crosta, que não tem mais possibilidade de transmissão”.

image Varíola dos macacos: 'bolhas não param de doer', relata mulher que está com suspeita da doença
Moradora de Itaguaí, a moça suspeita ter contraído o vírus na própria cidade; ela cumpre isolamento domiciliar e aguarda diagnóstico

image 'Meu isolamento protegeu muitas pessoas', diz primeiro infectado por varíola dos macacos no Brasil
Anderson Ribeiro foi o primeiro brasileiro a ser diagnosticado com a varíola do macaco em território nacional e teve alta médica hoje, 20, após um isolamento de 14 dias

Na forma mais grave da doença, as pessoas ficam com o corpo praticamente tomado pelas lesões, o que demanda longo período para recuperação. 

O Centro de Operação de Emergências (COE)

O Ministério da Saúde informa que farão parte do Centro de Operação de Emergências (COE), para criação do Plano de Contingência da monkeypox, representantes dos estados e municípios por meio do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Além da Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa), a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS) e o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas da Fiocruz.

Situação atual da doença no Brasil

Atualmente, o Ministério da Saúde contabiliza 978 casos confirmados no Brasil, a maior parte no estado de São Paulo (744), Rio de Janeiro (117), Minas Gerais (44), Paraná (19), Distrito Federal (15) e Goiás (13).

Outros 10 estados registram menor número de casos: Bahia (5), Ceará (4), Santa Catarina (4), Rio Grande do Sul (3), Pernambuco (3), Rio Grande do Norte (2), Espírito Santo (2), Tocantins (1), Mato Grosso (1) e Acre (1).

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ