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Vacina dengue: Pará está fora da lista dos estados que imunizarão contra a doença em fevereiro

Vacina será aplicada no público-alvo de regiões endêmicas, em 521 municípios, a partir de fevereiro. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas

O Liberal
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O Ministério da Saúde anunciou, nesta quinta-feira (25), as 17 unidades federativas escolhidas para a vacinação contra a dengue a partir de fevereiro. A seleção, que não teve o Pará incluído, segue três critérios, conforme a pasta: são formadas por municípios de grande porte, ou seja, mais de 100 mil habitantes, com alta transmissão de dengue registrada em 2023 e 2024, e com maior predominância do sorotipo DENV-2. A imunização será aplicada nessas regiões endêmicas, em 521 municípios.

Confira a lista dos 521 municípios onde a vacinação prioritária começa em fevereiro

As unidades da Federação escolhidas são: Acre, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins. Serão vacinadas as crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue – 16,4 mil de janeiro de 2019 a novembro de 2023, depois das pessoas idosas, grupo para o qual a vacina não foi autorizada pela Anvisa. Esse é um recorte que reúne o maior número de regiões de saúde. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

De acordo com o Ministério, a definição de um público-alvo e regiões prioritárias para a imunização foi necessária em razão da capacidade limitada de fornecimento de doses pelo laboratório fabricante da vacina. A primeira remessa com cerca de 757 mil doses chegou ao Brasil no último sábado (20). O lote faz parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, está com entrega prevista para fevereiro.

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Além disso, o Ministério da Saúde adquiriu o quantitativo total disponível pelo fabricante para 2024: 5,2 milhões de doses. De acordo com a empresa, a previsão é que sejam entregues ao longo do ano, até dezembro. Para 2025, a pasta já contratou 9 milhões de doses.

O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público universal. O Ministério da Saúde incorporou a vacina contra a dengue em dezembro de 2023. A inclusão foi analisada de forma célere pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS), que recomendou a incorporação.

Outras ações estratégicas para enfrentamento das arboviroses

Com o início do período das chuvas e das altas temperaturas, e diante do alerta emitido pela OMS sobre o aumento das arboviroses em razão das mudanças climáticas ocasionadas pelo El Niño, somadas ao cenário nacional de reaparecimento dos sorotipos DENV-3 e DENV-4, o Ministério da Saúde coordenou uma série de atividades preparatórias para a sazonalidade de 2024.

De acordo com o Informe Semanal das Arboviroses Urbanas do Ministério da Saúde, entre as semanas epidemiológicas 1 a 3 deste ano, foram registrados 120.874 casos prováveis e 12 óbitos por dengue. Em 2023, houve a notificação de 44.753 casos prováveis e 26 óbitos no Brasil. O documento de acompanhamento do cenário nacional foi uma das iniciativas disponibilizadas para o monitoramento estratégico.

Em novembro, como parte das ações de comunicação regionalizada, o Ministério da Saúde lançou novas campanhas de mobilização social, voltadas à realidade de cada região do país e peculiaridades desse cenário epidemiológico. Em dezembro, foi instalada a Sala Nacional de Arboviroses, um espaço permanente de monitoramento em tempo real dos locais com maior incidência das doenças. Com a medida, é possível direcionar as ações de vigilância de forma estratégica nas regiões mais afetadas.

Outra iniciativa foi a realização de reunião nacional de preparação para o período de alta transmissão de arboviroses, com a participação dos 27 estados e 42 municípios. Em novembro, a pasta emitiu uma Nota de Alerta sobre o aumento de casos de dengue e Chikungunya no território nacional.

Para apoiar estados e municípios nas medidas de prevenção e controle, o Ministério da Saúde repassou R$ 256 milhões para todo o país, em uma ação de reforço do enfrentamento da doença. Do valor total, R$ 111,5 milhões foram transferidos ainda em 2023, em parcela única, para fortalecer a vigilância e a contenção do Aedes aegypti - sendo R$ 39,5 milhões para estados e Distrito Federal e outros R$ 72 milhões para municípios. Além disso, haverá repasse de R$ 144,4 milhões para fomentar ações de vigilância em saúde em todo o país.

Ainda em 2023, o Ministério da Saúde qualificou cerca de 12 mil profissionais de saúde, entre médicos e enfermeiros, para atuarem como multiplicadores para manejo clínico, vigilância e controle da doença. A medida permitirá a rápida identificação da doença pelos profissionais. Neste sentido, a pasta orienta que a população busque o serviço de saúde mais próximo ao apresentar os primeiros sintomas.

O Ministério da Saúde normalizou os estoques de inseticidas, que estavam em situação crítica desde o início de 2023. Ao todo, foram distribuídos 142,5 mil quilos de larvicida; 9,6 mil quilos de adulticida para aplicação residual em pontos estratégicos; e 156,7 mil litros do adulticida para aplicação espacial a Ultra Baixo Volume (UBV). Para 2024, foram realizadas novas aquisições, sendo 400 mil quilos de larvicida e 12,6 mil quilos de adulticida para aplicação residual. Todos os estados estão abastecidos com os insumos.

O reabastecimento também foi possível para os testes diagnósticos de controle da dengue: 125,2 mil unidades de teste rápido foram distribuídas, além de 47,6 mil unidades de exames de biologia molecular. Houve aquisição, ainda, de sais de reidratação oral, equipamentos portáteis para contagem de hemácias e de plaquetas.

A nova gestão do Ministério da Saúde também expandiu, em 2023, o método Wolbachia como estratégia adicional de controle das arboviroses. A pasta fez o repasse de R$ 30 milhões para ampliar a tecnologia em seis municípios: Natal (RN), Uberlândia (MG), Presidente Prudente (SP), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR) e Joinville (SC), além das cidades já incluídas na pesquisa, que são Campo Grande (MS), Petrolina (PE), Belo Horizonte (MG), Niterói (RJ) e Rio de Janeiro (RJ). A iniciativa consiste na liberação de mosquitos da espécie Aedes aegypti infectados por uma bactéria intracelular do gênero Wolbachia, que apenas infecta insetos, e atua bloqueando a capacidade de transmissão dos vírus pelo mosquito.

Os resultados do 3º Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e do Levantamento de Índice Amostral (LIA) de 2023 foram apresentados recentemente. Os números indicaram que 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, como em vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeira, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção (sanitários estocados, canos, etc.). O levantamento apontou que depósitos de armazenamento de água elevados (caixas d’água, tambores, depósitos de alvenaria) e no nível do solo (tonel, tambor, barril, cisternas, poço/cacimba) aparecem como segundo maior foco de procriação dos vetores, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo têm 3,2%.

O Ministério da Saúde reforça que a principal medida é a eliminação dos criadouros do mosquito. Daí a importância de receber os Agentes de Combate a Endemias e Agentes Comunitários de Saúde, que vão ajudar a encontrar e eliminar possíveis criadouros. Para 2024, também está em andamento a pactuação de apoio assistencial aos estados em situação de emergência.

Em nota, a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa), informou que toda a estratégia de vacinação contra a dengue que exclui o Pará da lista, é de responsabilidade do Ministério da Saúde. Ainda segundo o órgão, a prevenção de combate e controle da dengue é de responsabilidade dos municípios.

A Sespa também reforçou que, por meio do Departamento de Controle de Endemias e da Coordenação Estadual de Arboviroses, segue trabalhando em conjunto com os municípios oferecendo assessoria técnica, capacitação de profissionais e repasse de insumos quando necessário. 

Entre as principais ações realizadas no ano passado, estiveram a contínua execução do Plano de Contingência Estadual de Dengue, Chikungunya e Zika vírus; implantação de 81 salas de situação das arboviroses, sendo 76 municipais e cinco regionais e a supervisão e monitoramento do controle vetorial, assistência e vigilância epidemiológica das arboviroses em Paragominas, Breves, Cametá, Tailândia, Cachoeira do Piriá, São Miguel do Guamá e Bragança. 

Belém

A partir das 8h desta sexta-feira (26), a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) promoverá um mutirão de combate à dengue. As ações começarão a partir do ponto de encontro em frente ao Centro Educacional Heureca, na avenida Pedro Álvares Cabral. A ação terá a participação de 60 Agentes de Combate a Endemias (ACEs), com a finalidade de visitar 1.470 imóveis em 14 quarteirões. 

O mutirão é motivado pelo fato de que a estação da chuvas, neste primeiro semestre em Belém (PA), requer cuidados redobrados por parte do Poder Público e da população como um todo com relação às arboviroses, ou  seja, doenças transmitidas por mosquitos, como o Aedes aegypti, transmissor da dengue.

No bairro da Marambaia, no Distrito do Entroncamento, a Sesma realizará a terceira edição do Mutirão de Combate à Dengue. Esse bairro apresentou alto Índice de Densidade de Ovos (IDO) do mosquito Aedes aegypti, conhecido popularmente como "mosquito da dengue", responsável também pelo contágio de doenças como febre amarela, chikungunya e zika. Esse inseto apresenta desenvolvimento rápido, demorando cerca de dez dias para atingir a fase adulta após a eclosão do ovo.

Mutirões 

Em Belém, a campanha 2024 do Mutirão de Combate à Dengue começou no dia 11 deste mês de janeiro, no bairro do Jurunas, com 629 imóveis visitados e oito casos notificados. Já na última sexta-feira (19), foi a vez dos moradores do bairro do Barreiro receberem em suas casas os agentes de combate às endemias. Na ocasião, foram visitadas 699 casas, com a notificação de quatro casos.

O Mutirão de Combate à Dengue prosseguirá em Belém ao logo deste período de chuvas intensas. São priorizados bairros com maior quantidade de casos e notificações. A Sesma reforça que o procedimento básico que previne a dengue é evitar água parada; tampar bem a caixa d’água e cisternas; estar sempre verificando para que não fique água acumulada nos baldes e quintais; acondicionar corretamente o lixo em saco plástico; estar atento às coletas de lixo domiciliar e receber para visita em sua residência o agente (ACE), que estará identificado com crachá da Secretaria Municipal de Saúde. 

Denúncias

Para garantir que a população possa fazer denúncias de casos suspeitos dessas doenças e de locais que possam ser criadouros para o mosquito Aedes aegypti, como casas e terrenos abandonados, assim como solicitar a visita de um Agente de Combate a Endemia (ACE), a Prefeitura de Belém disponibiliza o Disque Endemias (3251-4218).

"Estamos fazendo o nosso trabalho de prevenção nas visitas diárias, onde o agente orienta o morador de como se prevenir quanto à proliferação dos vetores, evitar deixar depósitos que possam acumular água, verificar caixas de passagem, ralos e fazer a limpeza no quintal, desobstruir as valas,calhas...", destaca Mara Costa, coordenadora do Programa Municipal de Combate à Dengue da Sesma.

Quando há casos suspeitos, como ressalta Mara Costa, é intensificado o trabalho em torno do quarteirão onde há o caso suspeito, em que os agentes, além da orientação, tratam com larvicida os depósitos que não podem ser eliminados. "Sempre orientamos os moradores, caso estejam com sintomas compatíveis com as arboviroses, que devem procurar atendimento médico", completa a coordenadora da Sesma.

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