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UFRA e China firmam parceria para criação de laboratório internacional dedicado à recuperação de sol

O projeto deve ficar pronto em dezembro e  prevê a criação de duas estruturas distintas e complementares

O Liberal
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A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) e a Universidade de Hohai formalizaram a assinatura de um “Memorando de Entendimento” que estabelece a criação do “Laboratório Internacional Conjunto para Remediação de Solos Degradados e Conservação da Floresta Amazônica”. O laboratório será instalado no campus da UFRA, em Belém, e deverá ficar pronto em dezembro. Ele terá caráter experimental e multidisciplinar, reunindo pesquisadores dos dois países com foco em soluções para a recuperação de áreas degradadas e para o fortalecimento de práticas agrícolas adaptadas à realidade da região.

Segundo a reitora da UFRA, Herdjania Veras de Lima, o projeto prevê a criação de duas estruturas distintas e complementares: um laboratório internacional, que será um prédio moderno e permanente para apoio às pesquisas e intercâmbio entre professores e estudantes, e um parque experimental, que está em fase de implantação e deverá estar pronto em dezembro deste ano, com o objetivo de servir de espaço de visitação durante a COP.

“O parque será uma área composta por casas de vegetação envidraçadas, onde diferentes culturas agrícolas serão cultivadas com o uso dos fertilizantes orgânicos, demonstrando sua eficiência na recuperação de solos. Já o laboratório será um centro internacional de pesquisa, que abrigará cientistas do Brasil e da China, em um esforço contínuo de inovação, transferência de tecnologia e formação de novos talentos”, explicou a reitora.

Ela também destacou que os experimentos contarão com diferentes tipos de solo e dosagens dos produtos biotecnológicos, oferecendo evidências práticas da eficácia dos insumos desenvolvidos.

“Nossa expectativa é que esse laboratório se torne um centro de excelência em pesquisa, liderado por pesquisadores da UFRA em parceria com a Universidade de Hohai, capaz de oferecer soluções reais para os desafios enfrentados pela Amazônia. E, sobretudo, que contribua para a mitigação das mudanças climáticas e a conservação da biodiversidade”, reforçou a reitora Herdjania.

O acordo consolida uma aliança estratégica entre as duas instituições, que compartilham o compromisso com o desenvolvimento científico sustentável e a preservação dos ecossistemas amazônicos.

O laboratório é parte de um projeto maior, com metas de restaurar até 20 milhões de hectares de solos degradados até 2030 e proteger cerca de 200 milhões de hectares de floresta tropical amazônica, utilizando tecnologias inovadoras, como biofertilizantes orgânicos desenvolvidos especialmente para os solos da região.

Esses fertilizantes orgânicos já vêm sendo testados em áreas-testes nos municípios de Bragança e Paragominas, no Pará, com perspectivas de expansão para outros territórios, incluindo o estado do Amapá.

“Esse é um laboratório-chave, que integrará um cinturão de cooperação científica entre Brasil e China. Esperamos que ele represente a maior força de inovação científica dessa aliança e se torne um espaço global de proteção da floresta e da biodiversidade amazônica”, afirmou o professor Chen Lihua, que assinou o documento pela Universidade de Hohai.

Chen ressaltou ainda que, embora o documento assinado seja um protocolo de intenções, a expectativa é que ele evolua rapidamente para um acordo bilateral mais robusto durante a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será realizada em Belém, em 2025. A presença do presidente chinês Xi Jinping no evento está sendo cogitada, e uma visita ao espaço de cooperação científica entre os dois países está sendo articulada.

Compromisso com o futuro da Amazônia

A parceria entre UFRA e Universidade de Hohai representa não apenas um acordo bilateral entre instituições de ensino, mas também um passo concreto na direção de uma ciência comprometida com os grandes desafios ambientais globais.

Num momento em que o mundo volta os olhos para a Amazônia, diante das crises climáticas e ecológicas que ameaçam o planeta, iniciativas como essa sinalizam a capacidade das universidades públicas de liderar transformações com base no conhecimento, na cooperação internacional e no diálogo com as comunidades locais.

O laboratório e o parque experimental deverão estar entre os destaques da participação brasileira na COP 30, que acontecerá em solo amazônico e promete ser histórica. Até lá, a expectativa é de que os primeiros resultados práticos da parceria estejam visíveis, reforçando o papel da Rural da Amazônia como protagonista na ciência pela floresta.

 

 

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