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Rede pública de internet permite inclusão digital em áreas vulneráveis

A iniciativa beneficia principalmente estudantes, que utilizam a conexão para reforçar a busca por conhecimento

O Liberal
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Fábio Tales, 25 anos, acabou de concluir o curso técnico em Biblioteconomia no Instituto de Educação Estadual do Pará (IEEP). Com a multiplicidade de assuntos que o curso lhe proporcionou, ele quis compartilhar conteúdos na internet e criou dois canais de vídeo. Morador do bairro do Icuí, em Ananindeua (município da Região Metropolitana de Belém), ele conta com o apoio de um complexo comunitário mantido do Estado para divulgar seu material.

“Eu gravo vídeos e faço os uploads, além de fazer pesquisas sobre assuntos para ter mais qualidade nos canais. A internet daqui beneficia não só a mim, como a outros usuários. Às vezes, eu não tenho dinheiro para fazer uma recarga para meu celular.  Quando acaba minha internet eu corro para cá, pois é praticamente do lado da minha casa”, informa Fábio.

image Rede pública de internet permite inclusão digital em áreas vulneráveis (Fabio Thales / Divulgação)

A internet utilizada no complexo permite não apenas o acesso, mas que o usuário produza seu próprio conteúdo e ganhe o mundo com suas ideias. “O primeiro canal é sobre evangelismo, mas tem 10% de entretenimento. Já no segundo falo de acervo e tecnologia, e também de atualidades e educação, que vai me ajudar a divulgar a biblioteconomia, que é de grande utilidade para a nossa sociedade”, acrescenta.
 
Assim como Fábio Tales, outras pessoas se beneficiam da estrutura disponível no complexo para acesso à internet, com wi-fi e rede óptica. Joao Victor de Lima, 15 anos, estudante do 1º ano do ensino médio, passa boa parte do tempo livre no espaço. “É um local não só para pessoas que têm acesso em casa, mas para quem não tem. Sabemos que aqui no Icuí muitas pessoas não têm uma boa condição de vida. Os espaços possibilitam e ajudam bastante nesse quesito. Na sala de pesquisa, trago meu pen drive e faço os meus trabalhos nos programas, e depois já posso usar na escola”, conta Victor, que já fez curso de Jovem Liderança e pratica voleibol no local.
 
O espaço conta com salas de estudo, infocentro e biblioteca com materiais interativos. Ana Rita Braga de Deus, 17 anos, cursa o 3º ano do ensino médio e vai direto da escola para o complexo. “Tenho internet em casa, mas prefiro estudar em lugares mais silenciosos, como aqui, principalmente em período de provas. O complexo trouxe várias oportunidades para estudantes. A qualidade da internet é muito boa”, garante Ana Rita.
 
Darcy Barroso, técnica bibliotecária do complexo, detalha que o espaço oferece também de televisores e videogames para auxiliar no aprendizado dos usuários.

image Darcy Barroso (Divulgação)

”Nós temos uma sala com sete computadores conectados, para que o público faça suas pesquisas e as crianças possam assistir a filmes e ter acesso aos jogos na internet, muito procurada pelos adolescentes, além do nosso trabalho, que conta com o sistema de catalogação integrado da Fundação Cultural do Pará (FCP)”, ressalta a técnica.

Rede pública

Além dos complexos de serviços, outros órgãos estaduais e municipais são interconectados por meio da Rede Estadual de Telecomunicações, em funcionamento desde 2007 sob a gestão da Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Pará (Prodepa).
 
De acordo com Michelle Iglesias, engenheira de Telecomunicações e gerente de Projetos de Cidades Digitais da Prodepa, o objetivo é levar internet de alta qualidade aos 144 municípios do Pará, via fibra óptica, rádio de alta capacidade ou via satélite. “De lá para cá a gente vem conectando órgãos do governo estadual, municipal e federal. Isso engloba as áreas de segurança, saúde e educação. A intenção é levar o serviço à população com maior segurança e rapidez. Um dos problemas é a distância, pelo tamanho continental do Estado. Mas hoje estamos em 96 municípios, com uma base de dados de mais de 2 mil clientes conectados a essa grande rede”, explica.
 
A iniciativa é estabelecida em duas etapas, sendo a primeira a montagem de um grande backbone (uma estrada fictícia de cabos ou radiofrequências) para passar o sinal de um município a outro, e só depois é implantada a rede de comunicação para conectar os órgãos.
 
A área de educação tem recebido reforços, para que as escolas sejam conectadas com internet de alta velocidade para educação a distância, em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), permitindo que 392 escolas estejam conectadas.
 
Segundo a Prodepa, existem 149 pontos de acesso livre, em 81 municípios, incluindo alguns distritos e vilas. Está implantada em vários locais, incluindo praças, orlas, terminais hidroviários, pontos turísticos e equipamentos públicos, como a Arena Guilherme Paraense (Mangueirinho) e o Teatro Estação Gasômetro, no Parque da Residência, ambos em Belém.

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