Corpo de Dona Coló será sepultado nesta quarta-feira, em cemitério de Marituba
Dona Coló estava internada há 15 dias no Hospital Abelardo Santos, em Belém, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC)
O sepultamento da erveira do Ver-o-Peso, Clotilde de Souza, conhecida como Dona Coló, ocorre nesta quarta-feira (31/12), em um cemitério também localizado em Marituba, na Região Metropolitana de Belém (RMB), às 15h. O velório será em um salão localizado na avenida João Batista, na mesma cidade - após liberação pelo hospital. A informação foi confirmada pelos familiares ao jornal O Liberal. Ela faleceu na terça-feira (30/12), aos 73 anos, em decorrência de uma parada cardíaca.
Referência da cultura popular e dos saberes tradicionais do Pará, Dona Coló estava internada há 15 dias no Hospital Abelardo Santos, em Belém, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Segundo a filha, Leila do Socorro, ela já havia enfrentado outros seis AVCs, sempre demonstrando força e vontade de viver. “Ela gostava muito de viver, falava do banho de cheiro dela e queria estar nele nessa época. Ela lutava. O que os médicos falavam e o que ela aparentava eram totalmente diferentes; ninguém diria que ela tinha tido todos aqueles AVCs”, relatou.
A família ainda mantinha esperança de recuperação, como acontecera em outras ocasiões. “Ontem eu ainda a visitei, e ela chegou a responder. Infelizmente, ela sofreu uma parada cardíaca e não resistiu”, contou Leila.
Reverenciada como uma das principais erveiras do Ver-o-Peso, Dona Coló se tornou símbolo pelo conhecimento ancestral sobre plantas medicinais, pela relação afetiva com a clientela e pelo papel essencial na preservação de práticas tradicionais que marcam a identidade do mercado e da capital paraense. “Minha mãe sempre gostou muito do Ver-o-Peso. Era a vida dela, e estamos procurando manter a tradição. Ela lutou tanto pelo reconhecimento das erveiras. Eu quero que a minha mãe seja lembrada como sempre foi: alegre, bondosa, cantando, dançando e vendendo as ervas dela”, disse a filha.
Autoridades também manifestaram pesar pela morte de Dona Coló. O prefeito de Belém, Igor Normando, lamentou a perda e prestou solidariedade à família. O governador do Pará, Helder Barbalho, destacou o legado cultural deixado pela erveira e afirmou que sua história faz parte da identidade do povo paraense. A primeira-dama do Estado, Daniela Barbalho, também homenageou Dona Coló, lembrando o reconhecimento nacional pelo trabalho com as ervas amazônicas e sua irreverência ao longo dos anos.
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