Prefeitura de Marabá convoca imprensa para esclarecer morte de paciente meses após parto

Família de Tereza Nunes Castro, de 23 anos, denuncia que ela teve o intestino perfurado durante procedimento obstétrico, em outubro

Camila Guimarães
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O corpo de Tereza Nunes Castro, de 23 anos, que morreu após graves complicações de saúde no pós-parto - feito no Hospital Materno Infantil (HMI), em Marabá - foi liberado para a funerária no último domingo (28), conforme o protocolo institucional do Hospital Regional do Sudeste do Pará (HRSP), onde ela esteve internada nas últimas semanas. A informação é da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). A Prefeitura de Marabá, que responde pelo HMI, informou que vai se posicionar apenas na quinta-feira, 1º de fevereiro, em coletiva de imprensa.

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A família de Tereza Castro denuncia que a paciente teve o intestino perfurado durante o parto do segundo filho, nascido em outubro do ano passado, no Hospital Materno Infantil de Marabá, e que o HRSP havia retirado o órgão da paciente, o que é negado pela direção da unidade regional.

"A Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), por meio do Hospital Regional do Sudeste do Pará (HRSP), esclarece que o corpo da paciente Tereza Nunes Castro, de 23 anos, foi liberado à funerária conforme o protocolo institucional, considerando que não havia solicitação de encaminhamento da necropsia por parte da família. O HRSP também nega que tenha sido retirado o intestino da paciente. Por fim, o HRSP se solidariza com a família e amigos da jovem", diz a nota enviada na última segunda-feira, 29.

A Redação Integrada de O Liberal entrou em contato com a Prefeitura de Marabá, que responde pelo HMI, solicitando um posicionamento atualizado sobre o caso, mas a assessoria, por meio de ligação, informou que vai se posicionar apenas na próxima quinta-feira, 1º de fevereiro, em coletiva de imprensa.

A última nota da Prefeitura, enviada ao jornal na sexta-feira (26), confirmou que a paciente Tereza Bianca Nunes de Castro foi atendida no Hospital Materno Infantil no dia 24 de outubro de 2023. Segundo o município, “a Secretaria Municipal de Saúde iniciou processo de auditoria interna para elucidação do caso, com o devido informe ao Ministério Público Estadual e Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará, para os quais encaminhará parecer conclusivo da auditoria tão logo seja finalizada". A nota detalha a passagem da paciente pela unidade de saúde.

"A paciente deu entrada nesta casa de saúde na referida data, por meio do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – Samu, sem acompanhante, em franco trabalho de parto, sem registro de pré-natal ou qualquer acompanhamento médico, apresentando fala desconexa, desnutrição grave, pesando 39 kg.

Sendo assim, logo durante o primeiro atendimento foi identificado que o feto encontrava-se em posição transversa (atravessado no útero), tendo sido realizado parto cesáreo com difícil extração devido à apresentação anormal. Após o parto, no dia 26/10/2023, a genitora recebeu alta com sinais clínicos estáveis e sem queixas no momento, em observância à recomendação do Ministério da Saúde de alta médica 48 (quarenta e oito) horas após o procedimento.

"No dia 30/10/2023, a paciente retornou ao Hospital novamente trazida pelo Samu com histórico de dor abdominal, vômitos e evacuações, ferida operatória com odor fétido e desnutrição grave. Após avaliação, a paciente foi diagnosticada com infecção abdominal, momento no qual foi realizada internação para início de antibióticos durante 10 (dez) dias. Ocorre que, a paciente evadiu-se do hospital no dia 02/11/2023 sem autorização médica, interrompendo assim o tratamento indicado de antibioticoterapia no 3º dia", detalha a nota.

A Prefeitura de Marabá também acrescentou: "Ato contínuo, no dia 04/11/2023, 02 (dois) dias após a evasão, a paciente retornou ao HMI mantendo quadro de infecção, quando foi novamente internada para realizar tratamento com antibióticos e avaliação com cirurgião geral, que solicitou transferência para UTI do Hospital Municipal de Marabá, sendo realizada a transferência no dia 05/11/2023".

A nota também que afirma que, durante a avaliação médica pela equipe do Hospital Municipal, foi identificado que a paciente possuía abscesso cavitário (quando há presença de pus ou material infectado, geralmente decorrente de uma infecção localizada dentro da cavidade peritoneal), sendo realizada laparotomia exploradora para drenagem do abscesso.

Advogada nega ação civil pública

Em entrevista à reportagem de O Liberal na última segunda-feira (29), para uma matéria sobre violência obstétrica, a advogada Luciana Matni, membro da Comissão de Mulheres e Advogadas da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA), citou o caso de Tereza Nunes Castro, de Marabá, e afirmou que a OAB-PA havia aberto uma ação civil pública contra o HRSP depois da morte da paciente, mas a informação, segundo ela, “foi equivocada”. “Não há ação civil pública contra o HRSP”, disse a própria advogada, retificando a informação na terça-feira (30).

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