Povo sem cultura é povo sem história

Cultura é uma ferramenta de resistência e transformação social

Fátima Afonso/ Especial para O Liberal
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Cultura é uma ferramenta de resistência e transformação social. Por isso, estudiosos têm se preocupado e discutido as culturas dos povos. E este estudo é refletido e intensificado na medida em que se contextualizam os fatos e contatos dentro da sociedade, fatos estes que nem sempre são pacíficos entre comunidades e nações.

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O olhar sobre a cultura, segundo vários estudos, se reportam tanto para compreender a sociedade dentro do seu contexto histórico, quanto das especificidades existentes dentro desse território. Cultura está diretamente ligada ao estudo, educação, à noção de pertencimento e sobretudo, a identidade de um povo.

Estamos habituados a falar de cultura como se a referência fosse exclusivamente às manifestações artísticas, entre elas: a dança, música, teatro, pintura, escultura.

Também é muito comum nos dias atuais se falar na cultura identificada com os meios de comunicação de massa, entre eles o rádio, cinema, televisão etc.

A provocação que fazemos neste texto vai para além, se pensar em várias formas de compreender e entender o que é a cultura dentro de todos os aspectos de uma realidade social, pois a cultura está intrínseca nas lutas pela emancipação humana e a soberania de um povo, trazendo para nossa realidade local, o município de Ananindeua, um dos maiores da região Amazônica, pouca atenção tem se dado ao setor cultural, com pouco diálogo e sem realizar as mudanças estruturais necessárias.

Artistas, produtoras e produtores, mestras e mestres de cultura das mais variadas expressões artísticas e culturais, pessoas das cidades e das ilhas, zona rural, ribeirinhos, quilombolas e indígenas que junto a outros jovens e adultos, praticantes de culturas urbanas e tantos mais, se ressentem da falta de ações de fomento e promoção cultural, de equipamentos culturais articuladas como componente de políticas públicas.

Essa parte da cultura que envolvem atores sociais, ativistas culturais é a parte organizada da concepção da cultura a qual nos referimos desde o início do texto, que tem o olhar sobre a cultura não só como mero entretenimento, mas como uma ferramenta de transformação social, são segmentos organizados culturais que desejam que o poder público desenvolva mais do que infraestrutura e serviços públicos da quarta maior cidade da  Amazônia, o necessário e devido investimento na cultura, pois a falta de investimentos em atividades culturais, impactam no trabalho dos artistas, aliás, na falta do trabalho dos artistas e segmentos culturais locais que a despeito da resistência apresentada por eles neste trabalho continuam invisíveis ao contexto da cidade, e por isso migram para trabalhar na capital paraense.

Entretanto, segmentos da cultura popular e da periferia permanecem e insistem numa resistência cotidiana, aparentemente silenciosa, para aqueles que decidem a Ananindeua, como bem demonstram a organização e luta dos grupos de carimbó, capoeira, música, teatro, literatura e etc.

Ananindeua não quer a opção de continuar na dependência cultural da capital, não quer a reprodução da política assistencialistas das subvenções no calendário cultural da cidade, qual seja carnaval e festa junina, não quer a continuidade da falta de política, programas, ações e investimento no setor cultural.

Quer sim enxergar e assim, reconhecer a cena cultural cuja a diversidade desde a raiz determina que território é esse, quem nele vive, o que querem, desejam e sonham as pessoas desse lugar, informações traduzidas pelo criar, pelo saber e pelo fazer artístico e cultural aqui neste território produzidos.

Quer construir a história cultural de Ananindeua, interligando a história cultural do Pará e do Brasil.

(Fátima Afonso, Fundadora do Centro Cultural Rosa Luxemburgo, em Ananindeua) 

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