Pesquisadora diz que filhote de baleia jubarte, no norte e nesta época, é incomum

Essa espécie costuma vir às costas brasileiras para se reproduzir. Dificilmente chegam à região Norte.

Victor Furtado
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O cadáver de uma baleia jubarte, encontrada em Soure, na noite de quinta-feira (21) ainda é um filhote. Um tremendo filhote, com onze metros de comprimento e peso de dez toneladas. Essa espécie não é estranha ao litoral brasileiro, observa a mastozoologista Renata Emin Lima, do projeto Bicho d'Água, do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). Mas é estranha para o Pará, sobretudo nesta época do ano e nessa idade.

Renata explica que durante o inverno na Antártida, em julho, as baleias jubartes migram e costumam ser vistas na costa brasileira, principalmente na região Nordeste. É uma conhecida área de reprodução e parto. Não costumam se deslocar até a região Norte. Os registros de jubartes no Pará são raros ao longo da história. Sempre são animais adultos.

INCOMUM PARA A REGIÃO

Para Renata, o que chama a atenção neste caso é que se trata de um filhote. Um "filhotão", como são carinhosamente chamadas as jubartes que acabaram de se emancipar. Certamente se perdeu numa fase crítica do amadurecimento dessa espécie. Ela estima que seja o primeiro ano após a emancipação.

"A gestação das baleias jubartes dura 12 meses. Elas ficam nesse ciclo migratório da Antártida para o Brasil, indo e voltando. Em dezembro, elas costumam já sair daqui com seus filhotes. Por isso é estranho que um filhote esteja por aqui em fevereiro. Está muito longe de casa. É uma pena quando um filhote morre assim", analisa a pesquisadora.

APOIO

Desde que o MPEG soube da presença do filhotão, deslocou uma equipe para analisar o animal. A área onde foi encontrada é de difícil acesso, dentro de um mangue em Soure, próximo ao Morro do Padre. Possivelmente, o fato do filhote não ter sido encontrado em área de praia, mas costa adentro, pode ter relações com as elevações de marés dos últimos dias. esta semana altas foram registradas em Salinópolis, Marudá e até Belém.

Os pesquisadores que estão no local vão analisar vários aspectos do cadáver. A qualidade dos resultados depende da hora da morte. Algumas coisas poderão ser constatadas visualmente, como ferimentos. Outras, só com exames em laboratórios, como doenças.

Todos os estudos poderão responder aos vários questionamentos e dúvidas. Após o resgate do cadáver, a ossada vai compor a coleção do MPEG. Por enquanto, ainda não há um plano de resgate pronto, devido à área do encalhe e tamanho e peso da jubarte.

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