Oposição denuncia que prefeito de Parauapebas barra transparência e ignora demandas da Câmara
A vereadora Maquivalda Barros (PDT) relata que Aurélio Goiano articula junto à base governista a rejeição de requerimentos e até mesmo projetos tidos como essenciais à população
A vereadora Maquivalda Barros (PDT), da bancada de oposição em Parauapebas ao prefeito Aurélio Goiano (Avante), afirma que o Executivo tem dificultado o trabalho legislativo ao articular a rejeição de requerimentos, além de projetos, indicações voltados à transparência e fiscalização dos gastos públicos, entre outros. Segundo ela, a base governista atua de forma coordenada para impedir a apreciação de propostas consideradas essenciais ao controle das ações municipais.
O atual cenário da gestão em Parauapebas vem à tona após o prefeito agredir profissionais do do Grupo Liberal. Os jornalistas Wesley Costa, Isis Bem e Vanessa Araújo foram atacados pelo gestor no dia 14 de novembro dentro da Blue Zone da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém. Isis e Vanessa foram alvos de xingamentos e ofensas de gênero, enquanto Wesley foi agredido fisicamente com um tapa no rosto durante a cobertura. Em entrevista ao Grupo Liberal, a vereadora repudiou e destacou que o caso é apenas um sintoma de um problema maior, visto que o gestor já possui um histórico de violência.
Segundo ela, todo esse histórico de agressividade, soma-se à instabilidade de gestão à frente da prefeitura. A vereadora pontua que, diante de problemas estruturais na cidade, os membros da oposição enfrentam dificuldades pelo autoritarismo de Goiano. “Ele não respeita a Câmara Legislativa. Não respeita quando a gente faz uma indicação, pois ficamos sem resposta. Requerimentos desta parlamentar são colocados para apreciação, requerimentos importantíssimos que pedem transparência na aplicação de recursos públicos, mas ele se alinha com a base governista para reprovar esses pedidos”.
“Já foi apresentada uma moção de repúdio contra ele em razão de comportamentos até agressivos com outros, incluindo um colega parlamentar. A base governista nega essa situação. E como eu analiso isso? Toda vez que você não enfrenta um problema de frente, e os poderes responsáveis para tentar amenizar esses conflitos não atuam, a tendência é que tudo só se agrave ainda mais?”, pontua.
Vetos
A vereadora ainda frisa que que a Câmara tem recebido vetos enviados pelo prefeito a projetos e à criação de programas importantes para o município. Segundo ela, por não compreender que se vive em uma democracia, na qual o respeito deve ser mantido, “a ordem dele é passar o trator por cima”. Entre os projetos reprovados, estão o de autoria da vereadora para a oferta de fisioterapia pélvica para mulheres, entre outros
Conduta reprovável
Já com relação à agressão aos jornalistas do Grupo Liberal, segundo Maquivalda, o comportamento do prefeito é apenas um sintoma de um problema maior, visto que o gestor já possui um histórico de violência. Barros aponta que os ataques à oposição são sistemáticos, e ela própria, enquanto mulher e parlamentar, foi vítima de ataques violentos nas redes sociais, com o intuito de “ridicularizá-la e silenciá-la”, de acordo com ela.
“Os ataques dele em relação à oposição são sistemáticos. Quando ele não ataca diretamente pelas suas próprias redes sociais, eu, por exemplo, enquanto mulher e enquanto parlamentar, já fui e sou, sim, vítima de ataques violentos do prefeito. Quando ele me ataca nas redes sociais, deforma meu rosto e me ridiculariza, tudo com a intenção de quê? De me calar, de me cessar, de me ridicularizar. E quando ele não faz isso pessoalmente, usa o sistema para me atacar”, pontua Barros.
“Gestão caótica"
Para a vereadora, Parauapebas vive uma “gestão caótica”. “É notório o descontrole emocional, é notória a incapacidade de gestão, a incapacidade administrativa, a incapacidade de receber críticas e a incapacidade de gerir o nosso município. Ele praticamente já brigou com todos. E não só brigou, já ofendeu praticamente todos os segmentos da nossa sociedade”, assegura Maquivalda.
Posicionamento
Sobre os impedimentos do prefeito frente às ações da oposição na Câmara Municipal de Parauapebas, a Redação Integrada de O Liberal solicitou um posicionamento sobre o assunto à casa legislativa. A reportagem aguarda retorno
Ainda na semana passada, no dia 19 de novembro, a Câmara Municipal se manifestou, após as agressões cometidas pelo prefeito contra os três jornalistas do Grupo Liberal. “Em resposta à Redação de O Liberal, a Câmara Municipal de Parauapebas vem a público afirmar que repudia todo e qualquer ato de violência, independentemente de autoria, motivação ou circunstância. A integridade física, moral e profissional de todos os cidadãos deve ser sempre preservada e respeitada. A Câmara Municipal reafirma seu compromisso com a democracia, o respeito institucional e a defesa incondicional dos direitos fundamentais”, detalha a nota.
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