O vale do silício da logística do Pará

Considerada por muitos entusiastas dos setores econômicos e políticos brasileiros, Barcarena é a menina dos olhos do mundo corporativo dos setores da indústria de alumínio

Luiz Carlos Souza Filho/ Especial para O Liberal
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Considerada por muitos entusiastas dos setores econômicos e políticos brasileiros, Barcarena é a menina dos olhos do mundo corporativo dos setores da indústria de alumínio, caulim, logística de cargas, na importação de fertilizantes, mercadorias, e as commodities (soja e milho) que tem movimentado ainda mais os portos da cidade.

Estrategicamente,seu posicionamento geográfico permite o barateamento logístico das commodities. A exemplo, os grãos produzidos no centro norte do estado do Mato Grosso e sul do Pará, seguem por modal rodoviário até o porto de Miritituba, município de Itaituba, no Pará. Em Miritituba, o produto é embarcado em barcaças com capacidade de até duas mil toneladas, que seguem por via hidroviária até os portos de Barcarena. Desse ponto, os produtos são destinados, majoritariamente, aos continentes Europeu e Asiático.

Os navios saem de Barcarena rumando em direção ao Oceano Atlântico, passam pelo estreito de Gibraltar para abastecerem os países da Europa. Para chegar à Ásia, os navios têm por passagem o canal do Suez, no Egito. Os principais países destinatários dos grãos advindos do corredor da BR-163 pelo porto de Barcarena são: Portugal, Espanha, Itália e China.

Todos estes movimentos logísticos de commodities e da indústria de metais fazem de Barcarena uma economia efervescente de serviços e geração de empregos de níveis técnicos variados. Estudos recentes do Projeto Barcarena Business demonstram que a média de remuneração é de quase três salários mínimos dentre os trabalhadores formais.

Não há dúvidas que Barcarena, desde sua emancipação político-administrativo em 1943 e em 1980 quando recebeu a instalação dos grandes projetos, o município viria a se colocar como um município de grande potencial industrial e logístico no estado. Ao mesmo tempo, a cidade recebeu fases no crescimento urbanístico. A criação de vilas operárias planejadas, como, Vila dos Cabanos, Bairro do Pioneiro, entre outros.

Cenário perfeito que contribui para  construção e formação de mão de obra local e uma cadeia de suprimentos de materiais e serviços de alta complexidade para atender aos anseios dos projetos instalados no município.

Recentemente, o Governo do Estado, em parceria com o grupo Hydro, entregou a maior escola técnica para capacitação da região, onde irá qualificar ainda mais a mão de obra do município, como também atender toda região do baixo Tocantins.

A contar de 2015, os portos do Arco Norte representam o segundo maior local de saída de grãos de soja e milho exportados do Brasil para o exterior. Há diversos obstáculos e desafios que devem ser vencidos para impulsionar a área. Mas, de acordo com algumas perspectivas é que o Arco Norte escoe 50% da soja do Estado do Mato Grosso já em 2023.

Mesmo com os obstáculos, fica evidenciado que o escoamento de grãos através do Arco Norte não tem volta, e o aumento no volume do escoamento nos próximos anos é um fato.

Os desafios de infraestrutura, impactos ambientais, malha viária que assiste o crescimento de movimento de cargas pode ser superada. Para estudiosos do setor logístico nacional esta é considerada a melhor rota de escoamento de grãos do Brasil.

Somente nos portos do Pará e em especial os portos de Barcarena foram exportados US$190.669.468 milhões de dólares, com variação de 73,76%, carne de bovinos US$166.368.764 milhões de dólares com variação 73,76% e cacaus e seus derivados US$520.188 com variação de 459,09%

Números estes, que destacam o grande potencial exportador do município que de janeiro a março de 2022 já acumula valores absolutos de US$598.068.800 milhões de dólares, deixando Barcarena no ranking de exportação do estado em 3º colocado, a frente de municípios como: Marabá e Ourilândia do Norte, perdendo apenas para Parauapebas e Canaã dos Carajás.

Segundo os dados gerados pela Junta Comercial do Pará (Jucepa), em plena pandemia da covid-19, em 14 de dezembro de 2021, Barcarena ocupou as posições de 10º lugar em empresas ativas e 3º lugar em capital social per capita no Estado e somente em 2021 foram abertas mais de 1.200 novas empresas dentro do município.

O leque de empresas e suas atividades econômicas instaladas no município, atendem a diversos setores da economia como: comércio, construção, indústria e logística. Recentemente, vem crescendo a criação de start-up no segmento de mobilidade e tecnologia.  

De Barcarena para o mundo, atualmente são movimentados para os mercados de consumo globais commodities, riquezas inimagináveis que fazem deste pequeno município um gigante mundial dentro do cenário internacional de exportações.

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