Estudo inédito sobre síndrome que afeta crianças com covid-19 é divulgado pela Santa Casa
Taxa de mortalidade chega a 18% segundo a instituição
A Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará divulgou na última segunda-feira (24) um estudo inédito que aponta que a Síndrome Inflamatória Multissistêmica (SIM-P), que vem acometendo crianças em vários países, tem relação direta com a Covid-19. De acordo com a instituição, que é referência em atendimento pediátrico no Brasil, 11 crianças entre quatro e seis anos foram acompanhadas por pesquisadores da Santa Casa e do Instituto Evandro Chagas (IEC), entre 15 de abril e 15 de junho. Os resultados da pesquisa, que demonstram sintomas parecidos aos que têm sido observado em outros países, foram publicados no último dia 18 de agosto no The Pediatric Infectious Disease, jornal oficial da Sociedade Europeia de Doenças Infecciosas Pediátricas.
“A síndrome que ocorre aqui tem a mesma relevância das que ocorrem (e estão ocorrendo) em outras partes do mundo. Os sintomas são parecidos”, afirmou o médico-coordenador do estudo, Emmerson Franco, ao explicar que, após a infecção, a criança apresenta sintomas entre uma e quatro semanas, geralmente febre alta, manchas no corpo, conjuntivite e inchaço.
PACIENTES COM A SÍNDROME PODEM TER SINTOMAS MAIS GRAVES
A maioria das pessoas que têm Covid-19, principalmente no que se refere às crianças, não tem sintomas ou seus sintomas se mantém leves. No entanto, nos casos de SIM-P, os pacientes podem evoluir para sintomas mais graves, como disfunção miocárdia, necessidade de respirador e outros. As afirmativas são da Santa Casa e do IEC que, seguindo os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) durante o levantamento, identificaram que a taxa de mortalidade desses pacientes é de 18%, considerada alta.
Segundo o estudo, em 63% dos casos, as crianças tiveram alterações do ECO (presença de aneurisma de aorta ou disfunção miocárdia). Além disso, cerca de 60% dos pacientes precisaram de suporte ventilatório invasivo (respirador artificial) e 65% das crianças precisaram de drogas para controlar pressão e batimento cardíaco.
“Até o momento não há um tratamento específico. O tratamento é de suporte intensivo”, explica o pesquisador Emmerson, que dividiu a coordenação do estudo com pediatra Maria Cleonice Aguiar Justino, pesquisadora do IEC.
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