Estudo da UFPA pretende fazer biodiesel com bactérias

Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Pará e do Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT - Guamá) estuda como aproveitar óleos produzidos por bactérias para produção de biodiesel. 

As pesquisas têm como alvo as chamadas cianobactérias. Elas são seres que realizam fotossíntese e participam dos mais diversos ecossistemas, incluindo os mais inóspitos. Elas são capazes de sintetizar diversas substâncias, como proteínas e vitaminas. 

O estudo tem como alvo onze espécies de cianobactérias que integram um banco de dados com mais de 60 espécies distintas. Essas cianobactérias produzem um tipo de óleo com características ótimas para a produção de biodiesel. A descoberta foi recentemente publicada na revista internacional Fuel.

“A ideia agora é aumentar a escala de produção desse óleo e, se confirmando a sua qualidade, verificar se ele tem potencial para ser produzido em larga escala”, explica Luiz Adriano, do Laboratório de Óleos da Amazônia.
 
O pesquisador lembra que atualmente a produção de biocombustíveis ainda está atrelada ao uso de óleos comestíveis, especialmente o de soja. Mas microrganismos como as cianobactérias, que crescem rapidamente, geram elevada quantidade de óleo, ocupando, em seu cultivo, espaços infinitamente menores que os vegetais.

“As nossas espécies podem ser usadas como fontes de biocombustíveis em um futuro muito próximo”, relata o químico, que atua nas áreas de Biotecnologia e Bioprocessos.
 
“Sem dúvida, as cianobactérias são um verdadeiro universo a ser explorado, elas podem ter atividades medicamentosas para diversas doenças, produção de bioplásticos – que são biodegradáveis, produção de combustíveis, cosméticos, entre outros. Entre as espécies amazônicas, apenas uma parcela ínfima foi estudada. Pode-se dizer que este é um campo de pesquisa praticamente inexplorado e muito promissor”, defende Luiz Adriano