'Dezembro Laranja' alerta para a prevenção contra o câncer de pele

Doença responde por 30% de todos os casos registrados no Brasil

Elisa Vaz
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O final do ano requer maiores cuidados com a prevenção ao câncer de pele, já que muitas pessoas aproveitam o recesso entre o Natal e o Ano Novo para aproveitar os dias em balneários e praias. Tumor maligno mais frequente no país, o câncer de pele responde por 30% de todos os casos registrados no Brasil, e a campanha Dezembro Laranja busca conscientizar a população sobre os cuidados com o aparecimento da doença.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a estimativa até o final de 2020 é de 176.930 novos casos de câncer de pele no Brasil, do tipo não melanoma, sendo 93.160 mulheres e 83.770 homens. Já o melanoma responde por 8.450 novos casos no país: 4.250 mulheres e 4.200 homens. Quanto ao número de mortes em 2018, último dado divulgado pelo Inca, foram 2.329 do tipo não melanoma e 1.791 do melanoma, entre homens e mulheres.

A entidade também estima o número de novos casos no Pará. Em 2020, seriam 1.660 diagnósticos do câncer de pele não melanoma, com 900 mulheres e 760 homens, e 50 novos casos do melanoma, sendo 30 homens e 20 mulheres. O índice de aparecimento da primeira doença no Pará é de 21,08 novos casos a cada 100 mil mulheres e de 17,29 a cada 100 mil homens. O segundo tipo tem um índice menor, de 1,02 caso a cada 100 mil homens e 0,51 caso a cada 100 mil mulheres.

Médica dermatologista, Juliana Martins explica que há algumas diferenças entre os dois tipos da doença. O câncer de pele melanoma tem origem nos melanócitos – células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele – e é mais frequente em adultos brancos, especialmente com histórico de queimaduras solares na infância e histórico de melanoma na família. "Geralmente, uma pinta que o paciente tem há muitos anos começa a mudar de cor, pode sangrar, ou aparece, do nada, uma pinta escura, com bordas irregulares", afirma.

O melanoma pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. Nos indivíduos de pele negra, ele é mais comum nas áreas claras, como palmas das mãos e plantas dos pés. De acordo com o Inca, esse tipo de câncer de pele representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão. Entretanto, é o tipo mais grave, devido à sua alta possibilidade de provocar metástase, que é a disseminação do câncer para outros órgãos.

Do outro lado, o tipo não melanoma é o mais frequente, embora apresente altos percentuais de cura e tenha menor mortalidade. "O câncer de pele não melanoma consiste no carcinoma basocelular, proveniente da diferenciação atípica das células da camada basal da epiderme, e no carcinoma espinocelular, que é uma diferenciação atípica das células escamosas. Esses dois tipos do não melanoma estão muito relacionados com a exposição solar", diz. As áreas mais comuns - e mais expostas aos danos solares - para aparecimento desse câncer são a orelha, pescoço, rosto e couro cabeludo, em que podem aparecer algumas lesões que não cicatrizam.

A doença é mais comum em pessoas com mais de 40 anos, e é rara em crianças e negros, com exceção daqueles já portadores de doenças cutâneas, segundo o Inca. Porém, com a constante exposição de jovens aos raios solares, a média de idade dos pacientes tem diminuído. Pessoas de pele clara, sensíveis à ação dos raios solares, com história pessoal ou familiar deste câncer ou com doenças cutâneas prévias são as mais atingidas.

Diagnóstico precoce é essencial no tratamento

Caso o câncer de pele não melanoma não seja tratado adequadamente, pode deixar mutilações bastante expressivas. O prognóstico do câncer tipo melanoma pode ser considerado bom se detectado em sua fase inicial. De acordo com o Inca, nos últimos anos, houve grande melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma, principalmente devido à detecção precoce do tumor e à introdução dos novos medicamentos imunoterápicos.

"Nas mulheres, o melanoma aparece mais nas pernas. Nos homens, é mais comum nos troncos. Mas, qualquer suspeita ou lesão que o paciente considere anormal ou diferente é um sinal de que ele deve procurar um médico dermatologista, que é quem vai fazer o diagnóstico. Na lente de aumento, durante o exame, é possível ver características da pinta, para dizer se é benigna ou maligna", ressalta Juliana.

O tratamento do câncer de pele, segundo a especialista, costuma ser cirúrgico. Os carcinomas basocelular e espinocelular têm grandes chances de serem curados, enquanto o melanoma tem chance de cura de até 90%, mas apenas se for diagnosticado em fase inicial, e deve ser acompanhado pelo médico. Os principais cuidados para evitar a doença, de acordo com a médica dermatologista Juliana Martins, é a utilização do protetor solar desde a infância.

"A partir dos seis meses de vida, os especialistas já orientam os pais a usarem protetor nos bebês. Também há as medidas físicas, como uso de chapéu, guarda-sol, ficar na sombra e usar roupas de proteção solar. Hoje em dia tudo isso é inquestionável", pontua a médica.

Veja como fazer a busca pelo câncer de pele:

A médica dermatologista Juliana Martins indicou o método "A B C D E", para que os pacientes façam o autoexame e procurem um especialista em caso de:

  • A: Assimetria na lesão
  • B: Bordas irregulares
  • C: Coloração da lesão mudando
  • D: Dimensão e tamanho mudando
  • E: Evolução e crescimento da lesão.
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