De empresário do ramo de restaurante a vendedor de churrasquinho; uma história de recomeços
Anderson Vasconcelos encarou recomeços e hoje chega a vender 300 espetinhos por dia

Um trabalhador que não tem medo de recomeços. Esse é Anderson Vasconcelos, do Churrasquinho do Brasileiro, antigo açougueiro, empresário e sócio de restaurante que hoje ganha a vida vendendo deliciosos espetinhos de carne, na esquina da Avenida Francisco Vinagre, e sem medo de ser feliz.
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Natural de Goiânia, o trabalhador chegou em Barcarena no ano de 2009 a convite de um tio que morava na cidade. “Eu estava passando por dificuldades lá e em uma visita do meu tio, ele me chamou pra vir morar aqui. Passei um ano morando na vila de kit nets dele sem pagar nada, até eu me estabilizar”, contou.
O trabalhador conta que em Breu Branco, onde morava, foi proprietário do Churrasco do Brasileiro, um restaurante que mais tarde faliu. “Já quebrei muitas vezes. Quebro e levanto, quebro e levanto”, brinca aos risos. Ao chegar na Vila dos Cabanos ele trabalhou como açougueiro no Açougue de um amigo. “No final do dia fazia espetinhos com as carnes que sobravam e vendia”, explica como retomou aos poucos o trabalho com espetinhos.
Em 2011 Anderson trouxe o irmão Zander Vasconcelos, de São Félix do Xingu, que estava passando por dificuldades de saúde e precisaria fazer uma cirurgia. Juntos os irmãos formaram sociedade e reabriram o Churrasco do Brasileiro, em 2012, próximo a Farmácia da Mariana. A sociedade permaneceu até o ano de 2018.
Anderson conta que decidiu desfazer a sociedade e abrir outra coisa, pois o movimento já não era mais o mesmo. O irmão Zander continuou com o negócio que estava no nome dele e Anderson seguiu para Barcarena Sede, onde voltou a trabalhar no Açougue de um amigo e fazer espetinhos, mas outra vez o negócio não deu certo e ele retornou para Vila dos Cabanos.
Persistente e com veia empreendedora o trabalhador conta que há muito tempo tinha um projeto para colocar carrinhos de churrasco na cidade, mas até aquele momento tinha apenas um carrinho pronto. “Coloquei algumas pessoas pra trabalharem em parceria comigo no carrinho e não deu certo, não vendia. Então eu estiquei a manga e fui pra cima”, resume a atitude.
O vendedor vendeu 200 espetinhos no primeiro dia e com o sucesso das vendas, procurou um local melhor para estacionar o carrinho, que antes rodava na cidade, puxado pelo seu Corsa. “Decidi parar pra não ficar gastando combustível do meu carro que puxava e o melhor lugar foi onde estou hoje, onde inclusive tenho o apoio dos meus amigos que me cedem a calçada em frente à loja deles”, explica.
Satisfeito com as vendas o trabalhador compara o antes e depois. “É melhor do que quando eu tinha um ponto. Não preciso pagar aluguel, não tenho funcionários e vendo aproximadamente 300 espetinhos por dia”, conta. Quem o acompanha desde a época da sociedade com o irmão fala sobre a qualidade do produto que entrega: “É gostoso, principalmente a linguiça apimentada que é um diferencial, gosto dos complementos, tudo muito bem-feito, da receptividade e principalmente os admiro como pessoas empreendedoras e batalhadoras”, afirma Kelly Silva.
O trabalhador vende os espetinhos de segunda a sábado a noite, ao lado da esposa que fica responsável pelo preparo do arroz, a vinagrete, farofa e a macaxeira cozida. Conduzindo juntos o negócio, hoje eles vivem uma fase mais estável na vida, com residência fixa na Vila dos Cabanos e um sítio. “Para o futuro quero continuar trabalhando para conseguir formar meus filhos até que eles voem. Não tenho do que reclamar”, finaliza.
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