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Curiosidades da memória política em Santarém

A história política em Santarém, assim como a história política da nação, possui eventos significativos

Pe. Sidney Augusto Canto/ Especial para O Liberal
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A história política em Santarém, assim como a história política da nação, possui eventos significativos e alguns fatos que, em nossos dias poderíamos chamar de “memes”, mas que, de fato aconteceram...

A prisão de todos os vereadores santarenos

As tensões políticas na época do Império se faziam notar também pelo interior da Província do Pará. Nas décadas de 1860 e 1870, as eleições eram disputadas entre os partidos Conservador (de grande maioria) e o partido Liberal. Em muitas dessas eleições, haviam irregularidades, quebras de urnas, urnas duplicadas e muito mais. Mas as tensões entre os dois partidos às vezes tangiam para fatos inusitados. Assim, no 02 de setembro de 1880, por ocasião da eleição da Junta Municipal, o delegado de polícia da cidade de Santarém (que era Liberal), acompanhado de diversos soldados, invadiu a Casa da Câmara e PRENDEU todos os VEREADORES do município (que eram do partido Conservador), que foram enviados presos para a capital, provocando uma grande agitação na cidade de Santarém. É um dos raros casos da história do país em que todos os vereadores de uma cidade foram presos, por conta das tensões políticas existentes.

O coreto da “Matriz” não se meta em política

Em 1934, na primeira fase da ditadura Vargas, foi convocada uma eleição geral no estado do Pará. Os Liberais apoiavam Magalhães Barata, os frentistas (Frente Única) apoiavam Lauro Sodré. Os comícios eram, então, feitos no Coreto da Matriz. Um belo dia, os liberais descobriram que as tendências mais atuantes e simpáticas ao Coreto eram de cunho frentista. Os liberais correram para a casa do “chefe” para delatar o caso. Foi quando os chefes do partido liberal (baratistas/ildelfonistas) decretaram: “Fica determinado, seja DANIFICADO para não se meter em política. Cumpra-se e não se publique”. E o Coreto, danificado, ficou em silêncio até ser reformado pelo prefeito Borges Leal, depois que os liberais perderam o poder...

image Panfleto acusatório espalhado pelos integralistas (Divulgação/ Sidney Canto)

O integralismo em Santarém

No dia 02 de setembro de 1935, foi instalado o Núcleo Integralista de Santarém. Muitos santarenos abraçaram a causa, entre eles o primeiro chefe: Carlos Chaves de Oliveira, substituído logo depois por Antônio Veloso Salgado e também: Jorge Sarmento, Wilson Dias da Fonseca, Edmir Sussuarana e Topasio Pampolha (responsáveis pelo jornal integralista “O SIGMA”), Ambrósio Caetano Correa Júnior, Dr. Guttemberg Fernandes, Antônio Ávila, Geraldo Alho, Octávio Sirotheau, Vicente Malheiros, entre outros. Em Santarém, os “Camisas verdes” (como eram chamados os integralistas) tinham como inimigos políticos os “Camisas azuis” (Partido Social Democrata do Pará) e declararam guerra contra a loja Maçônica “Fraternidade Santarenense”, espalhando, contra ambos, diversos panfletos acusatórios (vide imagem).

(*) É presbítero da Arquidiocese de Santarém. Pós-graduado em História da Amazônia. Membro fundador do Instituto Histórico e Geográfico do Tapajós – IHGTap e da Academia de Letras e Artes de Santarém – ALAS.

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