Comunidade quilombola de Bujaru sofre com a falta de água
Problema afeta mais de 300 moradores no nordeste paraense

Os mais de 300 moradores da comunidade quilombola São Judas Tadeu, no município de Bujaru, no nordeste paraense, sofrem, há anos, com a falta de água. Desta vez, eles estavam há quase um mês sem água. A comunidade lutou muito, inclusive denunciando a situação nas redes sociais, e o problema foi apenas parcialmente resolvido. “Eles colocaram uma bomba, mas esse poço não está dando conta, porque nunca foi da comunidade. É da escola. Então, só tem cinco metros de água. Não é insuficiente para a população”, disse, na tarde desta segunda-feira (1º), Silvia Suely.
“Eles vieram colocar a bomba. Só que a bomba queima, porque o poço seca e ela não tem o que puxar”, afirmou. “A gente tem sofrido muito com essa parte da água. Queria que eles viessem para cavar outro poço”, acrescentou. Silvia Suely disse que a prefeitura já tinha desativado o poço que havia na comunidade quilombola, “porque a água fedia, não prestava. Nós tínhamos problema para beber água, dava diarreia, vomito. Crianças e adultos passavam mal”.
Segundo ela, a prefeitura passou a bomba do poço da comunidade para o poço do colégio. “E o poço do colégio só tem cinco metros de água. E a água de lá vem com tabatinga (um tipo de vegetação), areia, tudo”, disse. A água, portanto, não abastece toda a comunidade. Para não ficar sem água, os moradores enchem vasilhas. “Uns têm água e outros não. Esse é o problema”, afirmou.
Silvia Suely divulgou a situação em seu Facebook. “Eu gravei esse vídeo para falar sobre a nossa água daqui do São Judas Tadeu, uma comunidade quilombola Oxalá de Bujaru, que já vem há muitos anos sendo massacrada pelos gestores pelo o que saiu e pelo que entrou. Será que agora a gente vai ser massacrada mais oito anos. Eu fiz isso porque eu tou me sentido muito mal. A gente se sente muito humilhado. Eu estou pedindo socorro”.
A Redação Integrada está tentando contato com a Prefeitura de Bujaru.
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