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Castanhal dos anos 50: Cidade dividida ao meio, politicamente, entre dois partidos

Com a chegada do período carnavalesco em fevereiro, era comum o povo (castanhalense) se juntar (inclusive os políticos situação e os contras), para celebrar OS ASSUSTADOS (brincantes do carnaval)

Hugo Luiz de Souza/ Especial para O Liberal
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Houve um tempo em Castanhal de muitas brigas políticas, e segundo conversa com o Sr. Raimundo Adalberto Torres Moraes, que presenciou muitas delas, eu trago um capítulo dessas desavenças. 

Eram os anos 50, Castanhal estava dividida ao meio (politicamente). Metade da população era do Partido Social Democrático – PSD, que apoiava o Governo, e metade era da União Democrática Nacional – UDN, que era oposicionista.

Naqueles acirrados tempos aqui menciono alguns dos oposicionistas Adalberto Moraes, Fernando Cruz, Raimundo Bandeira, Luiz Duarte Carvalho, e Francisco Espinheiro Gomes. Todos eram muito brabos, valentes de andarem com revólveres na cintura e punhal na canela.

Por outro lado, os pés no chão como eram chamados Antônio Lins, Orvácio Bastos (Mitó), Francisco Lopes, Manoel Alfaia Deodoro de Araújo, Santos Rocha, Francisco Magalhães, e Firmo Martins, entre outros.

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Carnaval, pausa na briga política

Nesse mesmo tempo, a política acirrada em demasia, a chegada do período carnavalesco em fevereiro, era comum o povo (castanhalense) se juntar (inclusive os políticos situação e os contras), para celebrar OS ASSUSTADOS (brincantes do carnaval). No final eram todos amigos. Os mais animados pertenciam ao Partido do contra, ou UDN. Do Partido Social Democrático – PSD Luís Cruz, Prêntice Porto, Nelson Bastos, Nelson Lima. Juntavam-se todos e todos dançavam. Todas as famílias participavam, inclusive as crianças. À mesa de frios muitos doces para as crianças; os adultos se esbaldavam no churrasco, refresco de goiaba, maracujá, manga, licor, e bolo pudim. O mês de fevereiro era todo festivo em alusão ao carnaval. A cada domingo escolhia-se uma residência para juntar as famílias e os políticos esposos, que esqueciam as brigas por um mês.  As casas escolhidas eram: Lauro Cardoso, Chico Magalhães, Vicente Lima e Joca Vicente.

Haviam também as festas famosas, realizadas nas casas das Professoras, ali só iam as pessoas abastadas, presenças somente de adultos.

Nos anos 60 foi construído a sede do Comercial Clube, lá aconteciam os bailes e outras festas, e colação de grau.

O Clipe, complexo com barbearia, bar e restaurante idealizado no ano de 1947, pelo carpinteiro Sr. Antônio de Oliveira Pereira (Rubal) , era outro ponto de encontros para drinques, jogos e conversa. Jogadores, políticos, artistas se encontravam lá.

A lanchonete O Merendinha (Casa e sobreloja), que ficava na Avenida Barão do Rio Branco, foi palco de uma fatalidade, resultando em morte de José Américo jovem arrimo de família, de 16 anos. A bala mortífera calibre 22 não deu chance ao jovem que morreu na hora. 

História. No Merendinha (sobreloja) acontecia uma festa realizada pelos rapazes universitários. Mais ou menos às 19 horas chegou em seu automóvel karmann-ghia, ou “baratinha” como era apelidada, o jovem Raul Ferreira, que impedido de entrar e participar da festa ficou furioso prometendo se vingar. Raul Ferreira era filho de Reis Ferreira, famoso Deputado local, o rapaz se valia da fama do pai Deputado, para aprontar das suas, segundo informações colhidas de alguns moradores antigos de Castanhal. 

Na volta, que aconteceu minutos depois, o jovem Raul armado de espingarda em punho e muito aborrecido com a turma que o afugentou prometeu atirar se não o deixassem entrar, houve discussão, mas suas ameaças não surtiram efeito, aí se iniciou a tragédia. Raul, de dentro do seu automóvel, disparou o primeiro tiro que atingiu a porta de enrolar, sem ferir ninguém; disparou o segundo tiro em direção aos jovens que estavam na sobreloja da casa. Até aí ninguém havia se ferido. Mas Raul disparou o terceiro tiro novamente na porta de enrolar, que resistiu à bala, resvalando em direção ao jovem de 16 anos, arrimo de família, que chegara ao Cliper para comprar uma caixa de fósforo a pedido de sua mãe, D. Marcolina, carinhosamente chamada de D. Maroca, ela que vivia de lavagem de roupas no igarapé Cariri. O jovem atingido pela bala mortífera, morreu em instantes no local onde caíra baleado. Uma comoção se viu na cidade naqueles dias, enquanto muita gente procurava o assassino, que fora preso, mas solto tempos depois.

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