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Casos de meningite crescem 76% no Pará no último ano

Tempo chuvoso e volta às aulas acendem o alerta da proliferação da doença

Camila Guimarães
fonte

Os casos de meningite têm aumentado no Pará. Em 2022, foram contabilizados 193, número que passou para 341, em 2023 - um aumento de 76,6%. Desde o dia 31 de dezembro do ano passado, até dia 13 de janeiro deste ano, sete diagnósticos da doença já foram registrados no Estado. As informações são da Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa). Com o período chuvoso e a volta às aulas, a preocupação com a doença também cresce.

De acordo com a infectologista Andréa Beltrão, a relação entre a meningite e a chegada do período chuvoso se dá em razão das aglomerações, pois a permanência de pessoas em locais fechados viabiliza a proliferação do vírus ou bactéria causadores da doença.

Um dos ambientes onde aglomerações costumam acontecer são justamente nas escolas e, com a volta às aulas, esses ambientes geram preocupação. Entretanto, a especialista afirma que é seguro que a criança volte para a sala de aula, desde que não tenha nenhuma pessoa com sintomas suspeitos. Neste caso, Andréa enfatiza a importância do afastamento imediato:

"É uma doença que se prolifera muito rápido. Se tiver uma pessoa com sintomas suspeitos, é muito importante que ela se afaste das atividades e, caso receba o diagnóstico, fique em quarentena", alerta.

A infectologista detalha que a meningite, em crianças, costuma causar uma série de sintomas iniciais que, muitas vezes, não são primeiramente ligados à doença, como irritabilidade, perda de apetite e sono excessivo. Além destes, ela também destaca outros sinais de alerta: febre, convulsões e abaulamento da cabeça.

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Cobertura vacinal está aquém do que deveria

Ainda de acordo com dados da Sespa, a cobertura vacinal contra meningite cresceu no último ano, apesar de continuar abaixo do ideal. Em 2022, a cobertura da Pentavalente - que protege também contra difteria, tétano, coqueluche, e poliomielite - ficou em 66%. Em 2023, a taxa foi para 72%. Já a Meningocócica, que também faz parte do calendário de vacinação do Programa Nacional de Imunização (PNI), avançou de 70%, em 2022, para 74%, em 2023.

A infectologista Andréa Beltrão explica que essas ainda não são margens seguras de imunização, pois o ideal para que haja mais tranquilidade a respeito de uma doença é que a cobertura vacinal alcance (e, de preferência, ultrapasse) os 90%.

Meningite: causas e prevenção

A Sespa explica que a meningite é uma inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, podendo ser causada por infecções decorrentes de bactérias, vírus, fungos, protozoários e helmintos, e também por causas não infecciosas. Pode afetar qualquer pessoa, mas é mais comum em bebês, crianças pequenas, adolescentes e adultos jovens.

A meningite meningocócica é uma das formas mais graves da meningite bacteriana, e pode levar à morte em menos de 24 horas. As principais sequelas são perda de audição e visão, amputação de membros, alterações neurológicas e paralisia cerebral

A vacinação é a principal ferramenta de prevenção da doença bacteriana, com as vacinas meningocócicas conjugadas C (destinada a crianças menores de um ano) e ACWY (para a faixa etária de 11 e 12 anos), além dos demais imunobiológicos a serem administrados no primeiro ano de vida, como vacina BCG, Pneumocócica 10 e pentavalente. Todas estão disponíveis nos postos de saúde.

 

Sintomas da meningite

  • Febre;
  • Dor de cabeça intensa;
  • Náuseas;
  • Vômitos;
  • Dor e enrijecimento da nuca;
  • Manchas pelo corpo.

Fonte: Sespa

 

Vacinas e esquema vacinal

Sete vacinas são recomendadas e estão disponíveis por meio do Sistema Único de Saúde (SUS)

  • BCG: protege contra as formas graves da tuberculose, inclusive a meningite tuberculosa. Esquema vacinal: dose única (ao nascer);
  • Penta: protege contra meningite e também contra a difteria, tétano, coqueluche e hepatite B. Esquema vacinal: 1ª dose aos 2 meses de idade; 2ª dose aos 4 meses de idade e 3ª dose aos 6 meses de idade;
  • Pneumocócica 10-valente (Conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Esquema vacinal: 1ª dose aos 2 meses de idade; 2ª dose aos 4 meses de idade e reforço aos 12 meses de idade;
  • Pneumocócica 23-valente (Polissacarídica): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Uma dose é suficiente para conferir proteção. É disponibilizada para toda a população indígena acima de 5 anos de idade, sem comprovação da vacina pneumocócica 10-valente (Conjugada). Para a população a partir de 60 anos de idade (institucionalizada), a revacinação é indicada uma única vez, devendo ser realizada 5 anos após a dose inicial;
  • Pneumocócica 13-valente (Conjugada): protege contra as doenças invasivas causadas pelo Streptococcus pneumoniae, incluindo meningite. Essa vacina é disponibilizada nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) para os seguintes grupos especiais: indivíduos com idade menor ou igual a 5 anos de idade, incluindo adultos nas condições de HIV/Aids, paciente oncológico, transplantados de órgãos sólidos e transplantados de células-tronco hematopoiéticas (medula óssea);
  • Meningocócica C (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelo sorogrupo C. Esquema vacinal: 1ª dose aos 3 meses de idade; 2ª dose aos 5 meses de idade e reforço aos 12 meses de idade;
  • Meningocócica ACWY (Conjugada): protege contra a doença meningocócica causada pelos sorogrupos A, C, W e Y. Esquema vacinal: uma dose em adolescentes de 11 e 12 de idade, a depender a situação vacinal.

Fonte: Ministério da Saúde

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