CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Barqueiros fecham entrada para Algodoal como protesto contra a Prefeitura de Maracanã

Cooperativas pedem que autoridades elaborem um plano de retomada econômica para a ilha

Tainá Cavalcante

Barqueiros e lancheiros da Cooperativa de Lancheiros da Ilha de Maiandeua-Marudá (Climam) fecharam, na última terça-feira (07), o porto que dá entrada para a Ilha de Algodoal através de Marudá. De acordo com a cooperativa, a medida é uma manifestação contra "a falta de atitude da Prefeitura de Maracanã, que não elaborou nenhum plano de retomada econômica para a ilha".

Outros empreendedores de Algodoal, como donos de restaurantes e hotéis, se juntaram à causa. De acordo com eles, há um descaso da prefeitura em relação à ilha, visto que "em Maracanã a entrada de turistas já está permitida, e só em Algodoal que não".

"O primeiro movimento foi o dos lancheiros, que fizeram a greve em Marudá e agora, se ninguém entra, ninguém sai. Isso está acontecendo porque a prefeitura permitiu que parentes de quem mora na ilha entrassem, mas não permite turistas, como se parente não transmitisse a doença e turista transmitisse", reclama Paula, dona de uma das pousadas da ilha. De acordo com ela, essa atitude da gestão deixou claro que "a prefeitura não quer trabalhar, não quer  ter o trabalho de elaborar um plano de retomada da ilha".

"Os empreendedores daqui estão sem nenhuma renda. Ninguém recebe auxílio de governo, ninguém consegue financiamento, ninguém consegue nada. Então, a busca é para que a Prefeitura elabore um plano de retomada econômica e turística, de forma consciente e com ajuda do governo do Estado, como está acontecendo em outros lugares. Queremos uma retomada consciente, com a quantidade de pessoas certa para entrar, etc", explica Paula. Ela ainda aponta que em todas as outras localidades a decisão da abertura ou não tem sido baseada em número de casos e que, em Algodoal, apenas dois foram confirmados.

"O que a gente entende e tem visto em todos os locais é que o que permite ou não que um local abra é a taxa de contaminação. Aqui, de casos confirmados, com exame, só tivemos dois. O resto não foi notificado, examinado, nada", afirma, ao acrescentar que "Maracanã está aberta e todas as atividades em Algodoal são permitidas, até partida de futebol". "Só não permitem que a gente trabalhe, então a reivindicação é essa", completa.

Dona de um dos restaurantes da Praia da Princesa, Miriam diz que desde o encerramento do carnaval "as dívidas só têm acumulado". "Eu e minha família sobrevivemos da venda para os turistas e tem estado muito difícil", lamenta, ao reforçar a fala de Paula sobre a falta de atitude da Prefeitura de Maracanã com relação a Algodoal. "O que os barqueiros estão fazendo é um protesto para chamar a atenção da prefeitura de Maracanã para que eles dêem uma resposta conclusiva sobre a reabertura das atividades turísticas aqui na ilha, porque até agora não tem nada projetado e eles precisam trabalhar, assim como todos nós", explica, ao garantir que todos os outros empreendedores, como os donos de bares, restaurantes, hotéis, pousadas e outros "estão juntos, apoiando a causa".

REUNIÃO É REALIZADA PARA ELABORAR NOVAS AÇÕES

Nessa quarta-feira (08) os associados da Climam e outros empreendedores se reúnem para elaborar novas ações de reivindicação a respeito do protocolo de retomada econômica para a ilha. Segundo Paula, o que está sendo pensado é para que "a prefeitura tome consciência e elabore um plano e pare de dizer que a comunidade que não quer abrir". "O que eles fizeram foi jogar a culpa em cima da gente. Eles arrecadaram 200 e poucas assinaturas para não abrir e nós temos em torno de 1800 pessoas morando fixo na ilha, então as assinaturas deles não representam nem um terço da população daqui".

As assinaturas às quais ela se refere são de um abaixo assinado elaborado pela Prefeitura de Maracanã, em uma reunião com a comunidade, na qual 200 assinaturas foram coletadas, mas, segundo a denúncia, nenhum empreendedor foi convidado a participar da reunião.

Em nota, a Prefeitura de Maracanã informou que "a restrição do turismo na ilha de Maiandeua-Algodoal é medida amparada de respaldo legal, frente à pandemia de Covid-19, e tal medida fora aprovada pelos moradores da ilha em reunião realizada previamente. A Prefeitura colocou que da reunião participou, inclusive, a cooperativa de lancheiros. 

"A Prefeitura Municipal de Maracanã esclarece que muito embora os números de infectados pelo novo coronavírus na região seja baixo, a recomendação da OMS segue pela manutenção do isolamento social e utilização de máscaras". 

"Nesse sentido, a Prefeitura Municipal de Maracanã esclarece que já ingressou com as medidas judiciais cabíveis para o reestabelecimento da ordem e liberação do porto, e reafirma que está sempre buscando ouvir a população, como ocorreu em Algodoal, em que os moradores solicitaram as medidas que foram implementadas no Decreto que proíbe às atividades turísticas até o dia 15 de julho", arrematou.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ