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Ato de comunidades de Bujaru e Acará interdita a Alça Viária contra aterro sanitário

Os manifestantes se posicionam contra uma suposta abertura de um aterro sanitário no município, em uma comunidade quilombola

Fabyo Cruz
fonte

Comunidades quilombolas e de demais moradores de Bujaru, nordeste do Pará, interditaram parte da rodovia Alça Viária, na manhã desta sexta-feira (5). É um ato público contra a possível abertura de um aterro sanitário no município, que seria destinado a receber os resíduos da Região Metropolitana de Belém. A manifestação ocorre próximo ao quilômetro 19, com a pista totalmente fechada. Um longo congestionamento se formou.

O trecho onde ocorre o protesto foi fechado com pedaços de troncos de árvores e barreira humana. Com cartazes, gritos e palavras de ordem, os manifestantes chamavam atenção para os problemas ambientais que podem causados com a instalação de um aterro no local.

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Getúlio Jales, um dos coordenadores do ato público, afirmou que a Guamá Tratamento de Resíduos Sólidos solicitou autorização para licenciar a área por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). Para ele, ao menos 17 comunidades tradicionais devem ser afetadas com a construção do aterro. ”Querem colocar esse aterro na área Guará, onde tem oito nascentes de rios e pelo menos cinco delas serão atingidas por escavações ou estarem próximas da obra”, afirmou. 

O manifestante disse ainda que as comunidades residentes no Guará não têm acesso à água potável. Para matar a sede, os habitantes - que em sua maioria sobrevivem do extrativismo vegetal com a extração de castanha e açaí - precisam caminhar entre quatro a cinco quilômetros em busca dos chamados “poços de boca”. O local é formado por florestas de Igapó e serve de berçário para peixes da localidade.   

Em nota, a Semas informou que "...até o momento, só recebeu uma carta consulta solicitando informações sobre a atividade e não tem processo de licenciamento para a instalação de aterro sanitário no município de Bujaru".

image Os organizadores do ato dizem que cerca de 17 comunidades tradicionais do Acará e de Bujaru podem ser prejudicadas com a possível instalação de um aterro (Thiago Gomes / O Liberal)

Guamá se posiciona, mas não menciona Bujaru

Por nota, a Guamá Tratamento de Resíduos comunicou que "...em consonância com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, está de acordo com qualquer manifestação das comunidades contrárias ao funcionamento de lixões, que trazem prejuízos ambientais e sociais no seu entorno. A empresa se coloca à disposição da população e das autoridades e não medirá esforços para discutir as soluções para o fechamento dos lixões ainda existentes nos municípios do Pará, combatendo assim o descarte irregular e a falta de tratamento adequado dos resíduos sólidos gerados pela população paraense".

"A empresa acrescenta que o seu Aterro Sanitário, localizado no município de Marituba, recebe cerca de 1.300 toneladas de resíduos todos os dias, onde são tratados adequadamente, de acordo com a legislação ambiental, com sistemas de encapsulamento dos resíduos sólidos, tratamento do chorume e captação e queima do biogás gerados no aterro, devidamente licenciado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS/PA). Diferente de lixões, o Aterro Sanitário de Marituba, além de contribuir com o meio ambiente, apresentando solução para a destinação de resíduos, gera riquezas através do pagamento de impostos e taxas ao governo e de empregos para região metropolitana de Belém", diz a nota.

Ainda na nota, a Guamá segue: "Mantendo seu compromisso com os órgãos fiscalizadores, a empresa investe continuamente em engenharia e inovação no Aterro Sanitário de Marituba, onde, dentre as melhorias, até o final do ano, será inaugurada a Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), para o tratamento de todo o chorume gerado na unidade, em substituição ao sistema atual de osmose reversa, amenizando de forma significativa os odores decorrentes da operação do empreendimento. A empresa possui os canais de contato, via WhatsApp no número (91) 99242-1783 (Alô Guamá), seguindo à disposição da sociedade para registro de qualquer tipo de manifestação".

Questionada sobre a situação em Bujaru, a empresa não se posicionou e nem comentou o assunto.

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