ANP: Parauapebas tem o botijão de gás mais caro do Pará, enquanto que Ananindeua tem o mais barato
Alto custo impacta em atividades de empreendedores e também no uso doméstico
Semanalmente, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) realiza uma análise do preço médio de venda do botijão de gás de 13 quilos em diversos municípios do Pará. No último período pesquisado, compreendido entre os dias 11 e 18 de março, o resultado demonstrou que Parauapebas vendia o botijão de gás mais caro do estado, enquanto Ananindeua vendeu o mais barato.
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No município do sudeste paraense, o gás de cozinha chegou a custar, em média, quase R$139, valor muito superior ao vendido em Ananindeua, na região metropolitana de Belém, onde o botijão de gás custava, em média, pouco menos de R$104.
Preços variam por conta da logística
Francinaldo Oliveira, presidente do Sindicato das Empresas Revendedoras de GLP no Pará (SERGAP), explica que a diferença entre os valores pode ser motivada por uma questão logística. “Os botijões são envasados em Val de Cans, distante poucos quilômetros de Ananindeua e a centenas de quilômetros de Parauapebas”, explica.
Ele também acredita que os preços são justos, tendo em vista que os botijões, cheios e vazios, são transportados em caminhões, somando custos com motoristas, gasolina, manutenção do automóvel, entre outros fatores.
Segundo Francinaldo, a abertura de pequenas envasadoras poderia aumentar a concorrência neste elo da cadeia, ocasionando uma diminuição no valor do gás de cozinha. “Hoje em dia, 92% do mercado está concentrado em apenas quatro empresas mais relevantes”, revela.
Vale Gás é inferior ao preço do botijão em Parauapebas
Para os beneficiários do Programa Auxílio Gás dos Brasileiros, também conhecido como Vale Gás, a disparidade nos preços do gás de cozinha pode ser bastante prejudicial. Isso porque o benefício baseia seu pagamento de acordo com o valor médio nacional do botijão de gás de 13 quilos. Em fevereiro, por exemplo, o Vale Gás foi de R$112, bem abaixo do preço médio do gás de cozinha no município do sudeste paraense.
Preço do gás de cozinha tem alto impacto orçamentário em moradias e estabelecimentos
A dona de casa Soraya de Fátima Vieira, moradora de Ananindeua, relata que o preço médio revelado pela pesquisa da ANP não é comumente encontrado no município e que compra o botijão de gás por R$120.
Ela também revela que se sente lesada pelo preço do botijão de gás, que é comprado praticamente todos os meses. “Para a gente que é assalariado, é um impacto muito grande no orçamento”, lamenta.
A dona de casa relata que uma possível redução no valor do gás de cozinha teria grande impacto no orçamento doméstico, com o valor podendo ser utilizado nas compras de supermercado e nos gastos do dia a dia.
Já o microempreendedor Adersen Arantes, dono do bar Beer Petiscos, em Parauapebas, conta que compra o botijão de gás por R$145, valor que aumenta desde que passou a morar no município, dois anos atrás.
No seu estabelecimento, Adersen chega a utilizar dois a três botijões por mês. O alto valor do gás, somado aos outros custos com o estabelecimento, como luz, mão de obra, aluguel, entre outros, pesam muito no orçamento do empreendedor, que é uruguaio e tem cidadania brasileira.
“Em Parauapebas não tem nada barato. O custo de vida aqui é caríssimo. O litro da gasolina custa quase R$9, um absurdo”, desabafa.
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