Alimentação saudável pode ajudar a prevenir viroses durante o inverno amazônico; veja como
Tanto a dengue como a Covid-19, bem como outras condições como chikungunya e influenza, têm um fator comum: todas são viroses
O mês de dezembro se aproxima, e, com ele, chegam também as chuvas constantes e temperaturas amenas, características típicas do inverno amazônico. A estação inicia no próximo mês e segue até abril do próximo ano. A mudança no clima também traz algumas mudanças para a saúde, pois há a sazonalidade de infecções e vírus, que se proliferam com mais facilidade durante o período chuvoso, como explica o médico Bruno Paes Barreto, de Belém, pediatra imunologista e coordenador do Departamento de Alergia na Infância da Associação Brasileira de Alergia.
“Com o período chuvoso do nosso inverno amazônico, a gente tem a sazonalidade das infecções e mais proliferação de vírus clássicos da época, como dengue e chikungunya. Tem também as infecções virais respiratórias sazonais, como influenza, gripe, o vírus essencial respiratório que afeta muito as crianças”, informa o médico.
Um dos grandes mitos é de que o período chuvoso pode afetar a imunidade. Segundo Bruno, o que acontece, na verdade, é que o período chuvoso conta com mais infecções em circulação. “As pessoas saem menos, ficam em ambientes fechados e tudo isso acaba favorecendo esse ‘boom’ de infecções. Não é porque está chovendo que a imunidade baixa, é porque tem mais infecções e vírus circulando e as pessoas ficam mais dentro de ambientes aglomerados”, argumenta.
Tanto a dengue como a Covid-19, bem como outras condições como chikungunya e influenza, têm um fator comum: todas são viroses. Algumas possuem sintomas clínicos mais específicos, como a febre, dor nos olhos e corpo e dor de cabeça, que podem indicar dengue e chikungunya.
No caso das viroses respiratórias, como a gripe e a Covid-19, os sintomas são de caráter respiratório. “Temos a coriza, obstrução nasal, tosse. No caso da Covid, pode ser a perda de olfato. Cada tipo de virose vai ter seu comportamento e seus sintomas clínicos, mas todas elas são viroses”, diz o médico.
Atenção redobrada para crianças e idosos
Para manter o equilíbrio do sistema imunológico, é preciso manter a boa nutrição do corpo com uma alimentação saudável, repleta de minerais e vitaminas. Dessa forma, o sistema imunológico poderá funcionar de maneira adequada. Quando há a falta da alimentação correta, há o risco de desenvolver fragilidade imunológica.
No caso das crianças, a fragilidade é maior. Até os 3 a 4 anos de idade, os pequenos ainda estão em fase de formação do sistema imunológico. Já os idosos acima dos 60 anos vivem um momento onde o sistema começa a ficar menos eficaz, os tornando mais frágeis e suscetíveis a doenças. “Toda vez que há uma campanha de vacinação, o foco é nas crianças e idosos. São as pessoas onde o sistema imunológico vai estar falhando, porque, primeiro, na infância ele ainda não está envolvido. Nas fases da senescência ou da senilidade, é porque o imunológico está começando a falhar”, afirma Bruno. No caso dos adultos, o sistema imunológico já é adequado. Segundo o médico, é preciso mantê-lo com uma boa qualidade de vida, praticar atividades físicas, evitar o estresse e manter a cobertura vacinal.
Prevenção
A melhor forma de manter o sistema imunológico com um bom funcionamento e evitar as doenças típicas da época é por meio de um estilo de vida saudável, além da vacinação. “A chuva vai acontecer, mas eu posso me prevenir. Vai ter uma chance maior de dengue por conta da maior quantidade de carapanãs, mas é possível fazer a vacina para se prevenir contra os diferentes tipos de vírus”, explica.
De acordo com o pediatra imunologista, a alimentação é fundamental e deve incluir todos os nutrientes. “No alimento e na fruta, eu tenho vitamina C. Se não há o hábito saudável de comer uma fruta, é possível tomar um comprimido de vitamina C, porque ela ajuda na imunidade. Mas não é preciso tomar o comprimido, pode simplesmente comer uma fruta”, pontua.
As principais vitaminas que ajudam na imunidade são a vitamina C, D, E e B. O zinco é um elemento importante para o sistema imunológico e está presente em frutos do mar, carne vermelha, aves e ovos. O público pode investir também no consumo de peixes de águas profundas, como salmão e atum, ricos em ômega 3. “Os derivados lácteos, sobretudo aqueles fermentados, porque há a questão dos probióticos, também ajudam. Os probióticos são microrganismos do bem que podem estar presentes em alguns tipos de alimentos, que podem provocar uma fermentação adequada, e que ajudam também na imunidade”, acrescenta.
Confira cinco dicas para manter a saúde no inverno amazônico
- Atualizar a carteira de vacinação e procurar vacinas para doenças preveníveis, como dengue, gripe, entre outras
- Manter uma alimentação rica e diversificada, caprichar na vitamina C, D e no zinco
- Evitar aglomerações desnecessárias, pois podem favorecer a transmissão de viroses
- Cuidar do emocional, pois a depressão e a ansiedade podem abalar o sistema imunológico e favorecer o adoecimento
- Combinar vida equilibrada, alimentação boa, atividade física e o cuidado emocional com vacinas e suplementações quando necessário
Fonte: Bruno Paes Barreto, médico pediatra imunologista e coordenador do Departamento de Alergia na Infância da Associação Brasileira de Alergia
*Ayla Ferreira, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do Núcleo de Atualidades
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