12ª edição das olimpíadas de ciências de Caxiuanã vai até esta sexta, 01
12ª Olimpíadas de Ciências da Floresta de Caxiuanã promove interação entre pesquisadores do Museu Emílio Goeldi e comunidades ribeirinhas do Marajó

A Estação Científica Ferreira Penna (ECFPn), localizada na Floresta Nacional de Caxiuanã, no Arquipélago do Marajó, e vinculada ao Museu Paraense Emílio Goeldi, está sediando a 12ª edição das Olimpíadas de Ciências da Floresta de Caxiuanã. Após um intervalo de três anos, o evento teve início na segunda-feira, 27 de novembro, e se estenderá até 1º de dezembro.
Com a participação de 254 pessoas, incluindo 130 alunos e 62 professores de 14 unidades rurais ligadas às escolas de referência Andrea Raulino e Estefânia Monteiro, do município de Portel, no Marajó, o evento também conta com 31 ministrantes de oficinas, 21 envolvidos na organização e apoio, além de 6 bombeiros e 4 enfermeiros.
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As Olimpíadas de Ciências da Floresta Nacional de Caxiuanã tiveram início em 2001 como uma gincana de ciências, evoluindo para a configuração atual de Olimpíadas em 2008.O projeto é uma iniciativa anual do Museu Goeldi, integrando as ações de divulgação científica junto às comunidades do entorno da Floresta Nacional (Flona). Após a paralisação de três anos devido à pandemia da Covid-19 e ao falecimento da educadora Socorro Andrade, criadora e coordenadora do Programa de Educação do Goeldi em Caxiuanã, as atividades foram retomadas este ano.
As Olimpíadas também se encaixam na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, unindo as comunidades ribeirinhas da Flona à iniciativa. E além da equipe do Museu, a realização do evento sempre mobiliza parceiros de secretarias de educação, outros institutos de pesquisa, universidades, ONGs, secretarias de saúde e Corpo de Bombeiros, proporcionando uma experiência encantadora para todos os envolvidos.
A atual coordenadora do projeto, Ana Claúdia Silva, destaca que a essência das Olimpíadas serve para fortalecer a interação entre o Museu Goeldi e as comunidades da região. “A partir desse evento, a gente consegue fazer uma interação entre o conhecimento científico e o saber popular, há uma aproximação entre os pesquisadores e as comunidades. Mostrar para os moradores, para as pessoas que vivem ali, o que é produzido, o que é pesquisado e a importância que tem a floresta”, afirma.
Programação
Durante os cinco dias de programação, os participantes, incluindo estudantes, professores e líderes comunitários, participam de atividades que incluem oficinas de ciência, competições esportivas, momentos culturais e dinâmicas diversas. As oficinas abrangem temas como conservação dos biomas, uso responsável dos recursos florestais, peculiaridades de aracnídeos e outros insetos da fauna amazônica, morcegos, fósseis do Pará, DNA de vegetais, arqueologia, empreendedorismo na bioeconomia, educação ambiental, uso sustentável da água, memória coletiva, jornal mural interativo, etnografia audiovisual, produção cinematográfica, fanzine e experimentos de ciências com materiais alternativos.
Além disso, a programação inclui dinâmicas, orientações de saúde e as noites culturais, enriquecendo ainda mais a experiência dos participantes.
Nas Olimpíadas, as competições esportivas são as atividades mais recorrentes e aguardadas na programação. Os estudantes participarão de categorias com características que incluem o jeito amazônico, como natação no rio, casquinhagem – corrida de canoas personalizadas, e subida de árvore com peconha – escalada utilizando um cinto feito de fibra amarrado aos pés.
Homenagem a Socorro Andrade
Esta edição das Olimpíadas presta homenagem a Socorro Andrade, figura fundamental na promoção da ciência e educação sustentável na região. A pedagoga, falecida durante o período de interrupção das atividades, deixou um legado de 30 anos, incluindo a criação do Programa de Educação em Ciências, marcado por pontos altos na Feira de Ciências e nas próprias Olimpíadas da Floresta.
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