Turista morreu em vulcão da Indonésia 1 mês antes de Juliana; brasileira foi a 6ª vítima em 5 anos
Entre 2021 e o último mês de maio, pelo menos cinco mortes foram registradas na região. Brasileira Juliana Marins teve o falecimento confirmado nesta terça-feira (24) após 4 dias de tentativas de resgate

A trágica morte da jovem brasileira Juliana Marins, de 26 anos, durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, volta a expor os riscos de um dos destinos mais desafiadores para diversos montanhistas que vão ao Sudeste Asiático para se aventurar. Esse é o local que abriga o segundo vulcão mais alto do país e é considerado perigoso demais até mesmo para os mais experientes.
De 2021 até maio de 2025, ao menos 5 mortes foram confirmadas na região. A brasileira foi a sexta vítima. Saiba mais detalhes a seguir e qual a razão da área ser considerada uma das mais perigosas do mundo.
Terreno denso e imprevisível
O Monte Rinjani é conhecido pelas vistas deslumbrantes aos exploradores e aventureiros, mas também pelo terreno completamente traiçoeiro e imprevisível. Com mais de 3.700 metros de altitude, é o segundo maior vulcão da Indonésia e famoso pelas trilhas íngremes, com trechos estreitos junto a penhascos e áreas de solo arenoso que aumentam o risco de deslizamentos e quedas inesperadas.
De acordo com relatos da comunidade local de montanhistas, o Rinjani não é recomendado para montanhistas iniciantes e é mais adequado a trilheiros experientes, embora ainda provoque medo. As trilhas são estreitas e rochosas, íngremes e trechos de areia solta que tornam a escalada particularmente escorregadia e perigosa.
"Os montanhistas costumam iniciar a subida por volta das 2h da manhã para tentar ver o nascer do sol do cume, geralmente usando lanternas simples que oferecem pouca visibilidade. Normalmente, são acompanhados por guias, mas a combinação de escuridão, terreno instável e clima imprevisível aumenta bastante o risco. Localizado em uma região remota e sem acesso a transporte motorizado, todo o trabalho de resgate depende de equipes que se deslocam a pé", explica Astudestra Ajengrastri, indonésia e editora assistente do Asia Production Digital Hub da BBC.
VEJA MAIS
Histórico de tragédias
Juliana Marins caiu em um desfiladeiro no sábado (21/06), enquanto fazia o percurso rumo ao cume do vulcão, e desde então equipes de resgate tentavam localizá-la em meio a um terreno de difícil acesso. Após quatro dias de tentativas de localização e resgate, a morte da brasileira foi confirmada por familiares nesta terça-feira (24/06) através de um perfil nas redes sociais:
"Hoje, a equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido".
Entretanto, a brasileira não foi a única que teve um fim trágico na região do vulcão: de 2021 até maio de 2025, outros cinco falecimentos aconteceram no Monte Rinjani, incluindo montanhistas experientes:
- Em dezembro de 2021, um montanhista de 26 anos, natural de Surabaya, morreu após cair em um desfiladeiro de 100 metros de profundidade enquanto subia o monte Rinjani, em North Lombok.
- Em agosto de 2022, um alpinista português, de 37 anos, morreu ao despencar de um penhasco no cume do monte Rinjani. Ele caiu enquanto tirava uma selfie na beira do abismo. O corpo foi retirado do local três dias após a tragédia.
- Em junho de 2024, uma turista suíça morreu após cair na trilha do Bukit Anak Dara, East Lombo, após fazer uma rota ilegal.
- Em setembro de 2024, um escalador de Jacarta desapareceu após supostamente cair em um desfiladeiro na área do monte Rinjani. O corpo foi localizado por um drone com câmera térmica, a centenas de metros de profundidade, e resgatado uma semana depois do acidente.
- Em maio de 2025, um montanhista da Malásia, de 57 anos, morreu ao cair durante a descida do monte Rinjani pela rota de Torean. Ele despencou em um desfiladeiro com cerca de 80 a 100 metros de profundidade.
Gabrielle Borges, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA