Trump diz que um acordo sobre Gaza parece ter sido alcançado
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse, nesta sexta-feira, 26, que acredita que um acordo para pôr fim à guerra em Gaza foi alcançado, após os recentes diálogos entre Israel e os países árabes.
"Acho que temos um acordo", disse Trump a jornalistas na Casa Branca. "Parece que temos um acordo sobre Gaza, acho que é um acordo que permitirá recuperar os reféns, será um acordo que porá fim à guerra", o presidente americano afirmou.
Já o primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, disse a outros líderes mundiais nesta sexta-feira que sua nação "precisa terminar o trabalho" contra o grupo terrorista Hamas em Gaza, em um discurso na Assembleia-Geral da ONU.
"Os líderes ocidentais podem ter cedido à pressão", disse ele. "E eu garanto uma coisa: Israel não o fará."
O discurso de Netanyahu começou depois que dezenas de delegados de várias nações saíram em massa do salão, entre eles a delegação brasileira.
Respondendo às recentes decisões dos países de reconhecer o Estado palestino, Netanyahu disse: "Sua decisão vergonhosa encorajará o terrorismo contra judeus e contra pessoas inocentes em todos os lugares".
A delegação americana, que apoiou Netanyahu em sua campanha contra o Hamas, permaneceu no local. As poucas potências mundiais presentes, Estados Unidos e Reino Unido, não enviaram seus funcionários mais graduados ou mesmo seu embaixador na ONU para sua seção. Em vez disso, ela foi preenchida com diplomatas mais juniores e de baixo escalão.
Netanyahu enfrenta isolamento internacional, acusações de crimes de guerra e crescente pressão para pôr fim a um conflito que ele continua a agravar .
Ele disse que medidas especiais foram tomadas na tentativa de contatar os reféns israelenses que ainda estão detidos em Gaza. Ele falou em hebraico em determinado momento e leu os nomes dos 20 que se acredita ainda estarem vivos.
O Hamas respondeu ao discurso com uma declaração acusando Netanyahu de dar falsas justificativas para continuar a guerra.
"Se ele estivesse realmente preocupado com seus prisioneiros, teria interrompido seus bombardeios brutais, seus massacres genocidas e a destruição da Cidade de Gaza", afirmou o Hamas em um comunicado publicado em seu site. "Em vez disso, ele mente e continua a colocar suas vidas em risco."
Palestinos correm para se proteger durante um ataque aéreo israelense a um prédio alto na Cidade de Gaza, sexta-feira, 5 de setembro de 2025, após Israel emitir um alerta
Embora mais de 150 países já reconheçam um Estado palestino, os Estados Unidos não o fazem, dando apoio veemente a Israel . Mas Trump sinalizou na quinta-feira que há limites, dizendo a repórteres em Washington que não permitiria que Israel anexasse a Cisjordânia ocupada.
Israel não anunciou tal medida, mas vários membros importantes do governo de Netanyahu têm defendido a ação. Autoridades aprovaram recentemente um controverso projeto de assentamento que efetivamente dividiria a Cisjordânia em duas partes, uma medida que, segundo críticos, poderia arruinar as chances de um Estado palestino.
Israel conquistou a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza na Guerra do Oriente Médio de 1967, retirando-se de Gaza em 2005. Os palestinos querem que os três territórios formem o Estado que almejam, parte de uma "solução de dois Estados" à qual Netanyahu se opõe veementemente. Ele afirma que a criação de um Estado palestino recompensaria o Hamas.
Em seu discurso, Netanyahu insistiu que Israel está lutando contra o islamismo radical em nome de todas as nações. "Vocês sabem lá no fundo", ele disse, "que Israel está lutando a sua luta".
(Com agências internacionais)
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