Tratamento em criança brasileira tenta remover mancha no rosto
Luna, que vai completar 2 anos, já começou, em outubro do ano passado, a série de cirurgias na Rússia

A mãe de Lula, Carolina Fenner, publicitária de 37 anos, foi diagnosticada com câncer poucos meses antes de engravidar. Ela enfrentou uma gravidez de risco, e descobriu com o marido, o fotógrafo carioca Thiago Tavares, 34 anos, que a filha possuía Nevus, uma condição rara, caracterizada por uma mancha profunda e escura na pele.
A condição causa melanomas, o câncer de pele. A família, que mora na Flórida, Estados Unidos, fez várias campanhas e venda de produtos para bancar o tratamento de R$ 600 mil.
Luna, que vai completar 2 anos, já começou, em outubro do ano passado, a série de cirurgias que vai remover a mancha. Se tudo der certo, o processo termina em outubro deste ano.
Depoimento
Carolina conta que teve uma gravidez difícil. “Poucos meses antes de engravidar, fui diagnosticada com um tumor no fígado. Na época, já morava nos Estados Unidos e voltei ao Brasil para fazer exames. Segundo o médico, o anticoncepcional era um hormônio que estava 'alimentando' esse tumor e me orintou a deixar de tomar na tentativa de cessar o crescimento desse tumor. O objetivo era evitar a cirurgia. Ele disse também que não era para que me preocupar, pois, segundo meus exames, as chances de eu engravidar eram quase zero. No entanto, seis meses depois, eu estava grávida. Liguei imediatamente e ele disse que uma gestação naquele momento, seria um problema, pois os hormônios da gravidez iriam aumentar o meu tumor.”
Quando a menina nasceu, não se sabia o que era a mancha no rosto. “Depois que ela nasceu, começamos a visitar todos os melhores médicos dos Estados Unidos. Fomos para Chicago, Boston, Nova York, Flórida... e cada médico falava uma coisa. O Nevus é uma marca, uma mancha de nascença muito profunda na pele. Uns indicavam cirurgia por fatores estéticos, outros por questões de saúde, pois há a possibilidade de virar um câncer. Ainda há os que não indicam cirurgia. A gente não sabia o que fazer até que, um dia, fomos a uma igreja. Luna tinha cerca de 2 meses. Nesse dia, uma menininha perguntou para a mãe o que era aquilo no rosto da Luna. A mãe olhou para a gente, assustada, e disse: 'Meu Deus, é um monstro! Para de olhar pra ela, que bicho mais feio'. Essa foi a primeira situação de bullying que passamos. Eu chorei muito, queria bater na mulher e meu marido me segurou... Nesse dia, decidimos ir atrás da cirurgia, a princípio, por fatores estéticos. Encontramos um médico de Nova York, mas ele não aceitava o plano de saúde da Luna e o tratamento custaria US$ 450 mil. Sabíamos que, mesmo com campanhas e doações, nunca conseguiríamos esse dinheiro. Então, decidimos parar, pensar e curtir um pouco mais a Luna.”
Tratamento
Mas a solução veio por um telefonema, conforme Carolina revela, depois da história de Luna se espalhar. “Foi quando um médico oncologista da Rússia nos ligou. Ele disse que viu uma reportagem sobre ela e comentou que tinha a solução. Seriam 2 anos de cirurgia e um método menos agressivo. Depois de alguns dias, fui para a Rússia com ela, conversar e ouvir a opinião dele. Já nessa primeira consulta, ele fez um mapeamento do corpo de Luna, pois ela tem outras manchas pequenas pelo corpo, e pediu a biópsia de algumas que ele achou perigosas. Alguns dias mais tarde, veio o resultado indicado que ela já tinha três melanomas, isto é, câncer maligno de pele. Naquele momento, resolvemos fazer as cirurgias pelo fator saúde, nosso objetivo deixou de ser estético.”
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