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Paraenses no Canadá e nos Estados Unidos relatam desafio com a qualidade do ar após incêndios; vídeo

Mais de 400 focos de incêndio ainda estão sendo combatidos no Canadá, sobretudo na região da Nova Escócia. A fumaça obriga pessoas a usarem máscaras novamente.

Victor Furtado
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Os 413 focos de incêndios florestais no Canadá continuam sendo combatidos, agora com a ajuda de mais de 600 bombeiros dos Estados Unidos. Enquanto isso, o verão fica ainda mais quente e a fumaça afeta a vida de pessoas em várias regiões dos dois países. O índice de qualidade do ar tem chegado muito perto do nível crítico e de perigo à saúde humana. Paraenses que estão vivendo na América do Norte relatam os desafios de lidar com a névoa esfumaçada, que cheira a queimado e torna as paisagens amareladas e turvas.

Dados do Governo do Canadá apontam mais de 3,3 milhões de hectares queimados por incêndios florestais neste ano, algo perto de 15 vezes o normal para os períodos de primavera e verão. Nos Estados Unidos, mais de 55 milhões de pessoas estão recebendo alertas de baixa qualidade do ar. Diante dos riscos, muitas pessoas voltaram a usar máscaras, mas há pessoas sensíveis que estão com irritações nos olhos e sistemas respiratórios afetados. Em algumas áreas de baixa visibilidade, há voos sendo cancelados. Nova Iorque registra a pior qualidade do ar no mundo.

"Ainda hoje (nesta quinta-feira, 8), a situação aqui em Nova Iorque continua bem estranha por conta da fumaça. Escolas tiveram aulas canceladas hoje, e amanhã voltam em regime remoto; governador e prefeito pedindo que as pessoas fiquem dentro de casa e só saiam se for absolutamente necessário; jogos de baseball que estavam agendados já foram cancelados - não só em Nova York, mas em Washington D.C. também. Empresas estão em trabalho virtual e remoto; e você anda na rua e vê as pessoas usando máscaras o tempo todo. Lembra alguma coisa?", comenta o jornalista paraense Geovany Dias, que mora nos Estados Unidos.

Geovany relata que a sensação é de estar revivendo os tempos de crise da pandemia de covid-19. Essa é uma lembrança amarga aos norte-americanos, sobretudo novaiorquinos, que viveram o terror que o coronavírus espalhou pela cidade. "Agora a gente está esperando a fumaça se dissipar, acompanhando o que acontece nas regiões mais ao Sul. O ar hoje já está um pouco melhor que ontem, mas ainda tá bem poluído. Provavelmente vamos ter que lidar com essa situação até o fim de semana, o que é um problema, já que estamos no fim da primavera e início do verão, quando as pessoas gostam de sair e aproveitar espaços abertos, parques e praias, e não vão poder fazê-lo, por enquanto", disse.

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image Em Toronto, no Canadá, o sol fica ofuscado devido à névoa esfumaçada que tem provocado irritação nos olhos e na respiração dos canadenses que voltam a usar máscaras (Pedro Pina / Acervo Pessoal)

Quase 30 mil pessoas saíram de casa no Canadá e premiê cita mudanças climáticas

No Canadá, onde quase 30 mil pessoas já tiveram de deixar as próprias casas, mora Pedro Pina, paraense e profissional de Marketing. Ele vive em Toronto, área que só mais recentemente começou a ser afetada pela fumaça intensa decorrente dos incêndios florestais. Ele conta que algumas pessoas mais sensíveis estão usando máscaras. Outras, conseguem suportar, ainda que os olhos machuquem e a respiração fique mais pesada.

"A situação no Canadá tem piorado. Num primeiro momento, Toronto nem tinha sido impactada. Quando se olha para o céu, até dá para pensar ser nuvem, mas não é. É uma película cinza, homogênea de fumaça. Até o sol está ofuscado. Os focos de incêndio estão mais no Quebec. Por enquanto, aqui onde estou, as pessoas estão saindo e vivendo, sabendo que tem algo estranho acontecendo. Nunca tinha visto algo assim. Todo mundo está falando sobre isso e é o tema principal nos noticiários", disse Pina.

Desde 2017, o Canadá tem visto cada vez mais incêndios florestais. Nesse mesmo ano, o país começou a discutir melhores formas de gestão e preservação das florestas. Para além dos 413 focos atuais — sendo 240 reconhecidamente sem condições de controle —, desde o início de 2023, o Canadá já registrou mais de 2,2 mil incêndios florestais. O premiê canadense Justin Trudeau, em um pronunciamento nas redes sociais, atribuiu o problema às mudanças climáticas.

"Esses incêndios estão afetando diariamente as nossas rotinas, vidas e qualidade do ar. Vamos continuar trabalhando — aqui em nosso lar e com parceiros ao redor do mundo — para enfrentar as mudanças climáticas e dar solução aos impactos", comentou o primeiro-ministro.

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