Oxford testa o uso de ivermectina no tratamento contra a covid-19

Nas redes sociais, bolsonaristas "piram" com o anúncio. O medicamento é defendido, sem base científica, pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como estratégia de combate ao coronavírus,

O Liberal / com informações da BBC

Cientistas da Universidade de Oxford, no Reino Unido, estão testando o uso de ivermectina por pessoas com sintomas de covid-19. O estudo, chamado Principle, vai fazer uma comparação das pessoas que receberam o medicamento (que não tem eficácia comprovada contra covid-19) com pacientes que recebem os cuidados normais do sistema público de saúde britânico, o NHS (equivalente ao SUS brasileiro). A mesma pesquisa já mostrou que azitromicina é ineficaz contra a covid.

Apesar dos novos estadudos, os cientistas alertam que seria prematuro recomendar ivermectina contra a doença causada pelo novo coronavírus. Mesmo sem ter eficácia comprovada contra a covid, o medicamento se popularizou com a chegada da pandemia de covid-19, pois  passou a ser apontada como um possível tratamento contra o novo coronavírus, apesar da falta de evidências científicas suficientes para dar suporte a essa afirmação. 

No Brasil, a ivermectina é defendido, sem base científica, pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como estratégia de combate ao coronavírus, dentro do chamado "kit covid" ou "tratamento precoce". No entanto, diretores de Unidades de Terapia Intensiva de hospitais de referência no Brasil ligam 'kit Covid' a maior risco de morte.Esse mix farmacológico não é reconhecido ou chega a ser contra-indicado por entidades como a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos e da Europa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

A equipe da Universidade de Oxford disse que selecionou a ivermectina para ser incluída no estudo porque estava "prontamente disponível globalmente" e era relativamente segura (embora possa ser tóxica em doses muito altas). Dos seis outros medicamentos do estudo Principle para serem tomados em casa, apenas um (o esteroide inalado budesonida) provou ser eficaz até agora.

Usada para tratar infecções parasitárias, como a oncocercose (cegueira do rio), transmitida por moscas, a ivermectina também demonstrou matar vírus em laboratório - porém em doses muito mais altas do que normalmente seriam prescritas para pessoas.

Nas redes sociais, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro ficaram eufóricos com o anúncio. “E agora, negacionistas?” escreveu uma internauta, chamando de negacionista quem não apoia o tratamento precoce. “Então quer dizer que Oxford está testanto Ivermectina contra covid, q genocidas”, disse outra.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱

Palavras-chave

Mundo
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM MUNDO

MAIS LIDAS EM MUNDO