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ONU alerta para fome e morte na fila da comida em Gaza

ONU denuncia que fome extrema atinge civis em Gaza e acusa exército israelense de matar mais de mil pessoas que buscavam comida desde maio

Estadão Conteúdo
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A fome tem matado cada vez mais palestinos na Faixa de Gaza. Nesta terça-feira (22), a ONU alertou que a crise humanitária no território atingiu um ponto crítico. O secretário-geral da organização, António Guterres, afirmou:

"Basta olhar para o horror que está acontecendo na Faixa de Gaza, com um nível de morte e destruição sem precedentes na história recente. A desnutrição está aumentando vertiginosamente. A fome está batendo em todas as portas."

A ONU também acusou o exército israelense de matar mais de mil palestinos que buscavam comida desde maio, a maioria nas proximidades de instalações da Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), entidade apoiada por Israel e Estados Unidos.

"Até 21 de julho, registramos 1.054 pessoas mortas em Gaza enquanto tentavam obter alimentos; 766 delas morreram perto das instalações da GHF e 288 perto de comboios de ajuda da ONU e de outras organizações humanitárias", informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, em comunicado.

A GHF começou a distribuir cestas básicas em 26 de maio, após mais de dois meses de bloqueio total imposto por Israel à entrada de ajuda humanitária em Gaza, apesar dos alertas sobre o risco de fome. Com base nos dados, estima-se que o exército israelense tenha matado, em média, mais de 18 palestinos por dia enquanto tentavam se alimentar.

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Cenário crítico

Um bebê de seis semanas está entre os 15 palestinos que morreram de desnutrição e fome em apenas 24 horas. Desde segunda-feira (21), segundo o Ministério da Saúde de Gaza — controlado pelo Hamas —, 33 palestinos, incluindo 12 crianças, morreram por falta de alimentos.

Desde o início da guerra, em outubro de 2023, 101 palestinos — 80 deles crianças — morreram de desnutrição, conforme médicos locais. A fome atinge indiscriminadamente: médicos, enfermeiros, jornalistas e trabalhadores humanitários também enfrentam escassez extrema.

O chefe da Agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, relatou que membros de sua equipe, incluindo médicos, desmaiaram durante o trabalho por causa da fome e da exaustão.

À BBC, o médico Mohamed Abu Salmiya, diretor do Hospital Shifa, na Cidade de Gaza, afirmou que 21 crianças morreram de fome desde domingo.

"É um número alarmante de mortes. Pacientes diabéticos e renais correm risco especial", disse.

Salmiya estima que cerca de 900 mil crianças estejam em situação de fome grave em Gaza, sendo 70 mil em estado severo de desnutrição. Os sintomas incluem desidratação e anemia. Segundo ele, o atendimento é dificultado pela superlotação dos hospitais, que enfrentam também o aumento no número de feridos por tiros.

"Os médicos não conseguem oferecer muito mais ajuda devido à escassez de alimentos e medicamentos", explicou.

Jornalistas em risco

A agência France-Presse (AFP) também alertou que seus repórteres em Gaza correm risco de morrer de fome. Em carta divulgada na segunda-feira, a associação de jornalistas da AFP afirmou que os freelancers da agência vivem em “miséria absoluta” e arriscam a vida para cobrir a guerra, “em meio à falta de comida, de água e de saneamento”.

A Defesa Civil de Gaza e a ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) também relataram aumento acentuado nos casos de desnutrição. Desde 27 de maio, a pouca ajuda que entra no território tem sido distribuída pela Fundação Humanitária de Gaza, entidade criticada por ativistas, diplomatas, organizações internacionais e pela própria ONU.

(Com agências internacionais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.)

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