Netanyahu resgata plano de Trump para expulsar palestinos de Gaza e cita Nobel da Paz
Durante jantar na Casa Branca, líderes discutem cessar-fogo em Gaza, reféns e possível realocação de palestinos

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, endossou durante um jantar na Casa Branca nesta segunda-feira (7) o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a realocação de palestinos da Faixa de Gaza. A declaração ocorre em meio a negociações entre Israel e o Hamas para um cessar-fogo no conflito.
Durante o encontro, Netanyahu afirmou ter indicado Trump ao Prêmio Nobel da Paz. “Estamos trabalhando com os EUA para encontrar países dispostos a concretizar o que sempre dizem: que querem dar aos palestinos um futuro melhor”, declarou o premiê. A proposta, apresentada por Trump no início do ano, é rejeitada pelos palestinos, que reivindicam o reconhecimento do Estado da Palestina.
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Netanyahu ressaltou que a permanência dos palestinos na região seria uma questão de “livre escolha”, apesar dos bombardeios e operações militares que seguem diariamente e da grave crise humanitária que deixa a população em situação de miséria e fome. “Se as pessoas quiserem ficar, podem ficar, mas se quiserem sair, devem poder sair. Não deveria ser uma prisão”, acrescentou.
Trump, questionado sobre a realocação dos palestinos, demonstrou cautela, mas afirmou que os países vizinhos a Israel estão colaborando. “Tivemos grande cooperação dos países vizinhos, grande cooperação de cada um deles. Então, algo de bom vai acontecer”, disse.
Os dois líderes também celebraram a aparente vitória sobre o Irã após o conflito de 12 dias em junho, que resultou em ataques dos EUA contra bases nucleares iranianas. Trump expressou desejo de ver o conflito em Gaza encerrado em breve, destacando que o Hamas “quer se reunir e quer um cessar-fogo”. O enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, declarou ter esperança de um acordo iminente. A Casa Branca anunciou que Witkoff viajará para Doha ainda esta semana para tentar finalizar o acordo.
Além disso, a reunião abordou os esforços diplomáticos entre EUA e Irã, que vinham negociando um acordo nuclear antes do conflito. Trump afirmou que novas conversas estão previstas. “Temos conversas agendadas com o Irã, e eles querem conversar. Eles foram duramente atingidos”, disse.
Negociações para cessar-fogo
Autoridades da Casa Branca pedem que Israel e o Hamas firmem rapidamente um acordo de cessar-fogo que suspenderia o conflito na Faixa de Gaza por 60 dias. A proposta inclui ajuda humanitária para Gaza e a libertação de parte dos cerca de 50 reféns ainda mantidos no território palestino.
Um ponto central é se o cessar-fogo encerrará a guerra de forma definitiva. O Hamas declarou estar disposto a libertar todos os reféns em troca do fim da guerra e da retirada total de Israel de Gaza. Netanyahu, por sua vez, afirma que o conflito terminará apenas quando o Hamas se render, se desarmar e deixar a região — condição que o grupo rejeita.
Do lado de fora do Capitólio dos EUA, manifestantes, incluindo familiares de reféns, pressionaram pela libertação integral em qualquer acordo. “Não podemos aceitar um acordo para uma libertação parcial”, afirmou Ilan Dalal, pai de Guy Gilboa-Dalal. “Um acordo parcial significaria que alguns dos reféns permaneceriam nos túneis por mais tempo, o que seria uma sentença de morte.”
“A maior prioridade do presidente agora no Oriente Médio é acabar com a guerra em Gaza e devolver todos os reféns”, declarou a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, antes do jantar privado dos líderes.
(Com agências internacionais)
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