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Negros morrem mais de covid do que brancos; entenda

Estudo também comprova que homens têm maior taxa de mortalidade que as mulheres

Redação Integrada com informações do The Guardian e Agência Brasil
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Estudos feitos a partir de dados do Office for National Statistics (ONS), o escritório nacional de estatísticas do Reino Unido, indica que os negros têm um risco quatro vezes maior de morrer de covid do que os brancos.

Levantamento avaliou casos em diversos países, em diferentes etnias. Pessoas de origem negra e étnica do sul da Ásia correm maior risco de morte por covid do que pessoas brancas. Mas o estudo revela que essas diferenças não são motivadas por condições de saúde pré-existentes, mas, principalmente, por fatores como condições de vida e empregos.

Desde o início da pandemia, ficou claro que pessoas de algumas origens étnicas correm maior risco de contrair o coronavírus do que outras, com dados anteriores do Office for National Statistics (ONS) sugerindo que os negros têm um risco quatro vezes maior de morrer de Covid do que os brancos.

Agora o ONS lançou uma atualização de sua análise, separando a África Negra e o Caribe Negro, bem como os grupos étnicos de Bangladesh e do Paquistão, e investigando mais profundamente se as condições de saúde pré-existentes poderiam explicar as diferenças.

Homens morrem mais

Os resultados revelam que, em todas as etnias, os homens têm uma taxa de mortalidade maior do que as mulheres, e os brancos têm um risco menor de morte do que todos os outros grupos étnicos, exceto entre os chineses.

Entre os homens da Inglaterra e do País de Gales, os de origem étnica negra tiveram a maior taxa de mortalidade envolvendo covid-19, com uma taxa 2,7 vezes maior do que a de homens brancos, enquanto para as mulheres a taxa mais alta foi entre os de origem étnica negra do Caribe , quase o dobro das mulheres brancas.

Fatores socioeconômicos

O relatório usou dados hospitalares, juntamente com dados de saúde ou deficiência autorrelatados, para explorar se as diferenças na taxa de mortalidade entre pessoas de diferentes etnias que poderiam diminuir as diferenças na prevalência de doenças pré-existentes, como diabetes, insuficiência respiratória e insuficiência cardíaca.

Mas os resultados sugerem que o maior risco de morte entre pessoas de origem negra e minorias étnicas tem mais a ver com um risco maior de infecção do que com um resultado pior quando infectado.

“Nossa modelagem estatística mostra que uma grande proporção da diferença no risco de mortalidade por covid-19 entre grupos étnicos pode ser explicada por fatores demográficos, geográficos e socioeconômicos, como onde você mora ou a ocupação em que está”, disse Ben Humberstone, vice-diretor da Divisão de Saúde e Eventos da Vida do Escritório de Estatísticas Nacionais.

“Ele também descobriu que embora condições pré-existentes específicas coloquem as pessoas em maior risco de mortalidade por covid-19 em geral, isso não explica as diferenças de origem étnica remanescentes na mortalidade.”

Trabalhos de risco

O Dr. Michael Head, pesquisador sênior em saúde global da Universidade de Southampton, disse que provavelmente há muitos fatores que influenciam porque a taxa de mortalidade de Covid é maior entre as populações BAME do que os brancos, mas que o último relatório está de acordo com dados do ONS mostrando ocupações voltadas para o público, como trabalhar no setor de assistência social ou ser motorista de ônibus, apresentam maior risco de morte por doença.

“Esses trabalhadores são proporcionalmente mais prováveis ​​de pertencer a uma população de origem negra e minorias étnicas. A exposição ocupacional explicará em parte as maiores taxas de mortalidade entre negros e asiáticos”, disse.

Componentes genéticos para explicar parte dos números ainda estão sendo pesquisados.

Brasil

Estudo realizado pela organização não governamental (ONG) Instituto Pólis, no período entre 1º de março e 31 de julho deste ano, revelou que a taxa de mortalidade padronizada da população negra na capital paulista é maior do que a da população branca. Apesar de o número absoluto de mortes na cidade mostrar que pessoas brancas estão morrendo mais, a análise mostrou maior vulnerabilidade entre negros - pretos e pardos – em relação à pandemia de covid-19.

O estudo mostrou que a taxa da população negra residente na capital paulista foi de 172 mortes por 100 mil habitantes, enquanto a taxa de mortalidade da população branca foi de 115 mortes a cada 100 mil. Sem o uso do método de padronização, a taxa entre os negros é de 121/100 mil habitantes e, entre brancos, de 134 óbitos/100 mil.

Condições socioeconômicas sçao destacadas por pesquisadores como explicação para os números.

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