Israel planeja nova ofensiva em Gaza, mas mantém possibilidade de cessar-fogo
Governo israelense prepara-se para uma possível ação militar em Rafah, contudo, mantém aberta a porta para negociações de paz com o Hamas no Catar.

O governo de Israel aprovou nesta sexta-feira (15) a possibilidade de uma ofensiva militar em Rafah, na Faixa de Gaza, mesmo mantendo aberta a perspectiva de um cessar-fogo. Contudo, a intenção é enviar uma delegação ao Catar para negociar um possível acordo de reféns com o grupo militante Hamas.
O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, confirmou sua aprovação para um ataque potencial a Rafah. Esta região, situada na fronteira sul de Gaza, tem sido o abrigo para mais da metade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, que buscam refúgio após cinco meses de conflito.
A perspectiva de um ataque a Rafah enfrenta oposição global. Muitos aliados e críticos de Israel temem que uma ofensiva possa resultar em grandes baixas civis. Entretanto, Israel argumenta que Rafah é um dos últimos bastiões do Hamas, grupo que o Estado de Israel jurou erradicar.
O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que os EUA ainda não tiveram acesso ao plano de ofensiva contra Rafah. Ele expressou interesse em conhecer a estratégia, enquanto mostrou otimismo cauteloso em relação à proposta de cessar-fogo do Hamas.
Cessar-fogo
Informações obtidas pela Reuters, dão conta de que oHamas propôs um cessar-fogo que envolveria a libertação de reféns israelenses em troca da libertação de prisioneiros palestinos. O gabinete de Netanyahu, entretanto, considerou as demandas do Hamas irrealistas, mas concordou em enviar uma delegação a Doha para discussões.
O atrito entre Washington e Israel tem crescido, com funcionários do governo Biden acusando Israel de falta de cuidado com as vítimas civis do conflito. O plano atual de cessar-fogo propõe a libertação de dezenas de israelenses em troca de centenas de palestinos presos, em meio a uma trégua que permitiria a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
O conflito teve início com um ataque do Hamas, que resultou na morte de 1.200 pessoas e na tomada de 253 reféns em Israel no dia 7 de outubro, conforme relato de Israel. A resposta militar de Israel causou a morte de mais de 31 mil pessoas, de acordo com números palestinos, e forçou o deslocamento de quase toda a população da Faixa de Gaza.
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