Homens armados matam pelo menos 15 em ataque a santuário xiita no Irã

A polícia prendeu dois dos três "terroristas" e estava procurando o terceiro

Luciana Carvalho
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Nesta quarta-feira (26) a agência de notícias estatal Irna informou que pelo menos 15 pessoas morreram depois que homens armados atacaram um santuário muçulmano xiita na cidade iraniana de Shiraz. Forças de segurança entraram em confronto com manifestantes, que se reuniram para marcar os 40 dias desde a morte da jovem Mahsa Amini sob custódia policial. As informações são da Agência Brasil.

A agência de notícias descreveu os agressores como "terroristas takfiri", título usado por autoridades no Irã predominantemente xiitas para se referir a grupos islâmicos sunitas armados, de linha dura.

Testemunhas disseram à agência que os agressores estavam em um carro e atiraram contra peregrinos e autoridades na entrada do santuário de Shah Cheragh. A polícia prendeu dois dos três "terroristas" e estava procurando o terceiro.

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O ataque ocorreu no mesmo dia em que as forças de segurança iranianas abriram fogo contra pessoas que se reuniram na cidade curda de Saqez, de Amini, segundo testemunha.

Vítimas

A agência de notícias semioficial Tasnim informou que várias mulheres e crianças estão entre os mortos. A tropa de choque atirou em pessoas que se reuniram no cemitério para a cerimônia em memória de Mahsa. Dezenas foram presas.

A agência de notícias semioficial do Irã Isna disse que cerca de 10 mil pessoas se reuniram no cemitério, acrescentando que a internet foi interrompida após confrontos entre forças de segurança e pessoas no local.

Vídeos nas redes sociais mostraram milhares de iranianos marchando em direção ao cemitério onde Amini está enterrada, apesar da forte presença da polícia de choque. Ativistas convocaram protestos em todo o país para marcar 40 dias desde que ela morreu, depois de ser detida por "trajes impróprios".

Manifestações

As manifestações desencadeadas pela morte da jovem de 22 anos, enquanto estava sob custódia da polícia da moralidade do Irã em 16 de setembro, se tornaram um dos maiores desafios ​​à liderança clerical desde a revolução de 1979.

Grande número de iranianos saiu às ruas, com alguns pedindo a queda da República Islâmica e cantando "Morte ao [líder supremo aiatolá Ali] Khamenei". Uma testemunha disse que "homens e mulheres se reuniram em torno do túmulo de Amini, no cemitério de Aichi, em Saqez, cantando 'Mulher, Vida, Liberdade'". Outra testemunha em Saqez contou que o cemitério estava cheio de membros da milícia Basij e da tropa de choque.

"Pessoas de toda a província do Curdistão estão aqui. Estamos todos de luto pela morte de Mahsa", disse uma testemunha.

Temendo que o aniversário de 40 dias da morte de Amini alimentasse mais protestos violentos, a polícia alertou sua família para não realizar uma procissão, disseram grupos de direitos humanos. No entanto, o governo do Curdistão negou qualquer limitação estatal para a realização de cerimônia, acrescentando que "foi decisão de sua família não realizar uma reunião", segundo a mídia estatal.

Vídeos nas redes sociais mostraram que as forças de segurança bloquearam vias que levam a Saqez, para impedir que pessoas de outras cidades se reunissem no cemitério. A Reuters não pôde verificar a autenticidade dos vídeos.

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

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