EUA: Los Angeles decreta toque de recolher no centro da cidade enquanto protestos continuam
A prefeita da cidade decretou estado de emergência e impôs o toque de recolher, das 20h às 6h

A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, declarou nesta terça-feira, 10 de junho de 2025, um toque de recolher noturno no centro da cidade, que é palco de protestos contra as políticas migratórias do governo Donald Trump.
A prefeita, do Partido Democrata, alertou as pessoas que não moram ou trabalham na região central de Los Angeles para que evitem a área e afirmou que a polícia prenderá quem desrespeitar o toque de recolher.
Ela decretou estado de emergência e impôs o toque de recolher, das 20h às 6h, para "deter pessoas mal-intencionadas que estão se aproveitando da escalada caótica do presidente", referindo-se às ações de Trump que, segundo ela, agravaram os protestos.
A restrição abrange uma área de 2,5 quilômetros quadrados no centro da cidade, incluindo o local onde os protestos ocorrem desde a última sexta-feira, 6.
A medida não se aplica a moradores da área designada, pessoas em situação de rua, profissionais de imprensa credenciados ou autoridades de segurança pública e emergência, de acordo com o chefe de polícia de Los Angeles, Jim McDonnell.
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Com o toque de recolher em vigor, um helicóptero da polícia sobrevoou os prédios federais no centro da cidade — epicentro dos protestos — e ordenou que as pessoas deixassem a área. A polícia de Los Angeles informou que começou a realizar "prisões em massa" de grupos que desafiam a medida.
"Vários grupos continuam se reunindo na 1st Street, entre Spring e Alameda", informou o Departamento de Polícia de Los Angeles na rede X. "Esses grupos estão sendo abordados e prisões em massa estão sendo iniciadas. Um toque de recolher está em vigor."
Tropas de choque, montadas e a pé, também atuam na dispersão dos manifestantes.
Autoridades da Califórnia, estado de tradição democrata, acusam o governo Trump de escalar a crise com o envio da Guarda Nacional e de fuzileiros navais para a cidade.
Um juiz federal da Califórnia marcou para quinta-feira (12) a audiência sobre o pedido do governador Gavin Newsom, que entrou com uma petição de emergência para restringir a atuação das Forças Armadas nas ruas de Los Angeles.
O governo da Califórnia pediu que o tribunal determinasse, ainda nesta terça-feira, que os fuzileiros navais e outros soldados não poderiam acompanhar batidas dos agentes de imigração nem realizar atividades de policiamento. No entanto, o juiz Charles Breyer recusou-se a cumprir o prazo solicitado e agendou a audiência para quinta.
A expectativa é que os 700 fuzileiros navais, atualmente em treinamento em um local não divulgado na área de Los Angeles, comecem a atuar nas ruas nesta quarta-feira (11), juntando-se às tropas da Guarda Nacional que já protegem propriedades federais e aos agentes de imigração que realizam prisões. A informação foi confirmada por uma porta-voz do Comando Norte dos EUA.
Enquanto isso, os protestos continuavam a se espalhar pelos Estados Unidos nesta terça-feira. O toque de recolher no centro de Los Angeles ocorreu enquanto manifestantes marchavam em Atlanta, Chicago e Nova York. Novos protestos também estavam sendo planejados para a quarta-feira.
Em Chicago, milhares de pessoas protestaram contra o Serviço de Imigração e Controle de Alfândegas dos EUA (ICE, na sigla em inglês) e contra o presidente Donald Trump.
Já em Nova York, manifestantes se reuniram perto de um grande prédio do governo que abriga escritórios federais de imigração e o principal tribunal de imigração da cidade. Depois, marcharam pelas ruas.
Enquanto isso, no Texas, o governador republicano anunciou que também mobilizará a Guarda Nacional para "manter a ordem".
"Protestos pacíficos são legais. Danificar pessoas ou propriedades é ilegal e resultará em prisões", escreveu o governador Greg Abbott na rede X, acrescentando que a Guarda usará "todos os tipos de ferramentas" para garantir a segurança.
(Com agências internacionais)
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