EUA já têm mais tropas nas ruas de Los Angeles que na Síria e no Iraque juntos

Segunda cidade mais populosa do país já soma 4,8 mil militares

Estadão Conteúdo
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Com o envio de tropas da Guarda Nacional e de fuzileiros para conter os protestos contra a política de imigração do governo em Los Angeles, os EUA têm agora mais militares em suas próprias ruas do que no Iraque e na Síria, dois países assolados por anos de conflito. Segundo levantamento da rede ABC, são 4,8 mil militares em Los Angeles, a segunda cidade mais populosa do país, ante 2,5 mil soldados no Iraque e 1,5 mil na Síria.

A prefeita de Los Angeles, a democrata Karen Bass, destacou essa informação nesta quarta-feira, 11. Segundo ela, a agitação na cidade foi provocada pela Casa Branca com suas "batidas desnecessárias de imigração" para prender cidadãos que estavam em busca de trabalho, e não criminosos violentos que o governo alega combater para justificar o envio dos militares.

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Bass e prefeitos de mais de 30 cidades da Califórnia pediram ontem o fim das batidas, que segundo ela são uma provocação da Casa Branca. "Eu imagino que talvez façamos parte de um experimento nacional para determinar até onde o governo federal pode ir para se intrometer e assumir o poder de um governador, de uma jurisdição local", disse.

Aliado

Se na Califórnia o presidente enfrenta resistência, no Texas, ele conta com um aliado. O governador Greg Abbott defendeu ontem a mobilização de tropas para conter os protestos e "garantir que o Texas", segundo ele, "não vire a Califórnia". Ele se recusou a dizer quantos soldados seriam mobilizados, mas afirmou que qualquer um que danificasse propriedades ou ferisse alguém seria preso.

Abbott, republicano e defensor ferrenho da agenda migratória de Trump, afirmou nas redes sociais que não toleraria violência nos atos nas cidades de San Antonio e Austin. Ele foi o primeiro governador a anunciar o envio dos militares depois que Trump federalizou a Guarda Nacional na Califórnia contra a vontade do democrata Gavin Newsom.

O governador texano expandiu o uso da Guarda Nacional nos últimos anos, mobilizando milhares de soldados para a fronteira durante o mandato de Joe Biden. Esses tropas têm estado menos ativas nos últimos meses, à medida que o número de travessias vindas do México diminuiu vertiginosamente.

Mas seu plano de mobilizá-la mesmo antes de os protestos começarem sinaliza um desejo de reprimir rapidamente qualquer sinal de desordem. Segundo análise do New York Times, isso pode encorajar outros governadores estaduais a fazerem o mesmo.

Toque de recolher

O secretário de Defesa americano, Pete Hegseth, disse em uma audiência no Senado que os militares poderiam ser enviados para outras cidades dos EUA, se houvesse "tumultos em locais onde os policiais sejam ameaçados".

Em Los Angeles, 700 fuzileiros navais receberam treinamento ontem sobre como lidar com distúrbios civis. De acordo com a agência Associated Press, as tropas já efetuaram a detenção temporária de manifestantes ontem.

Os militares acompanham os agentes da Imigração e Alfândega dos EUA (ICE). Segundo a política do Departamento de Defesa dos EUA, eles podem deter, mas não prender, civis e devem entregá-los às autoridades locais o mais rápido possível.

Ontem, os protestos se espalharam ainda mais pela região de Los Angeles. À medida que os confrontos se intensificavam na cidade, manifestações semelhantes surgiram em outros Estados americanos, incluindo Nova York, Illinois, Carolina do Norte, Oregon e Missouri.

Na noite de terça-feira, 10, a prefeita de Los Angeles impôs um toque de recolher noturno para o centro da cidade, mas não foi o suficiente para dispersar os manifestantes. A polícia informou que 203 foram presos por não se dispersarem e outros 17 por violarem a medida restritiva. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS) As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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